O jovem acusado do homicídio de três crianças, uma delas portuguesa, em Southport, Inglaterra, foi acusado, separadamente, pela posse de material terrorista e de produção de ricina, um veneno altamente tóxico.
Segundo a imprensa britânica, que cita a polícia, Axel Rudakubana, de 18 anos, foi acusado de produção de uma toxina biológica contrária à secção 1 da Lei das Armas Biológicas de 1974 e de possuir um documento suscetível de ser útil a uma pessoa que se comprometa ou prepare um ato de terrorismo, em violação da secção 58 da Lei do Terrorismo de 2000 – em causa estava um manual de treino da Al-Qaeda, intitulado “Estudos militares na Jihad contra os tiranos – o manual de treino da Al-Qaida”.
O arguido vai comparecer, na quarta-feira, no Tribunal de Westminster.
Tanto a ricina como o manual de treino foram encontrados durante as buscas efetuadas na casa do suspeito, na aldeia de Banks, em Lancashire, na sequência do esfaqueamento – que não está a ser tratado como um incidente terrorista, tal como esclareceu Serena Kennedy, a chefe da polícia de Merseyside. No local do ataque não foi encontrada nenhuma substância.
“Neste momento, a polícia antiterrorista não declarou o ataque de 29 de julho, como um incidente terrorista. Reconheço que as novas acusações podem dar azo a especulações. O assunto pelo qual Axel Rudakubana foi acusado ao abrigo da Lei do Terrorismo não exige que seja estabelecido o motivo. Para que um assunto seja declarado um incidente terrorista, é necessário que a motivação seja estabelecida”, disse.
O adolescente já foi acusado dos homicídios por esfaqueamento de Bebe King, de seis anos, Elsie Dot Stancombe, de sete, e Alice da Silva Aguiar, de nove, numa aula de dança com o tema Taylor Swift. É também acusado de dez crimes de tentativa de homicídio e de posse de uma faca.
Prevê-se que o julgamento tenha início em janeiro. Serena Kennedy afirmou que a força continuaria a liderar a investigação sobre os esfaqueamentos e que o processo completo será divulgado no julgamento.
“Aconselho vivamente toda a gente a evitar especulações sobre a motivação deste caso”, disse. “O processo penal contra Axel Rudakubana está em curso e ele tem direito a um julgamento justo. É extremamente importante que não haja relatos, comentários ou partilha de informações em linha que possam prejudicar estes procedimento”, acrescentou.
As novas acusações foram autorizadas pela Procuradoria-Geral da República local.
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