“Vamos ter porventura de repensar o modelo societário [do Arsenal do Alfeite] porque manifestamente este, de empresa pública reclassificada, não dá resposta e, por si só, não é suficiente, para ultrapassar todas as dificuldades”, afirmou Nuno Melo durante uma audição na comissão parlamentar de Defesa Nacional.
O governante respondia a uma intervenção do deputado do PSD Bruno Vitorino, quer perguntou a Nuno Melo de “há condições efetivas para salvar o Arsenal do Alfeite” e os seus 400 postos de trabalho e garantir que são feitos os investimentos necessários para a Marinha.
Na resposta, Nuno Melo afirmou que o Arsenal do Alfeite “tem de facto de ser salvo, mas tem de ser salvo numa conjuntura que é muito difícil”, salientando que as suas infraestruturas estão obsoletas, “são pensadas para o século passado” e inadequadas “para a Marinha do século XXI”.
“Nós estamos a falar de submarinos de última geração que são necessários, a par de outros navios de última geração, que já não têm nada a ver com os do século passado e que, por isso, precisam de um arsenal tecnologicamente equipado e dotado”, afirmou.
Além da obsolescência das infraestruturas, Nuno Melo referiu ainda que, desde que tomou posse, o Arsenal do Alfeite “não conseguiu gerir receita suficiente para pagar salários”, reiterando que tiveram de ser pedidos dois empréstimos “para os que os salários a esses mais de 400 trabalhadores pudessem ser pagos”.
“Neste momento, entre as dívidas a fornecedores e empréstimos, o Arsenal soma um passivo de 7,37 milhões de euros, sendo que vencidos 4,4 milhões de euros. Estou a falar-lhe de dados de 19 de agosto”, referiu.
Neste contexto, Nuno Melo salientou que o Governo vai ter de “assegurar o financiamento do Arsenal do Alfeite para que este passivo não acabe na falência do arsenal porque é uma empresa pública reclassificada neste momento”, o que disse inibir igualmente o arsenal “de operar no mercado tal como outra empresa qualquer”.
“Vamos ter de assegurar a construção de infraestruturas mínimas básicas para que os serviços sejam prestados”, frisou, antes de acrescentar que também terá de se repensar no modelo societário do arsenal.
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