“A pedido das autoridades libanesas, uma sessão extraordinária do Comité para a Proteção dos Bens Culturais em Caso de Conflito Armado terá lugar a 18 de novembro” na sede da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), em Paris, disse fonte do organismo à agência France-Presse (AFP).
Na reunião, de acordo com a mesma fonte, serão examinados 34 sítios culturais.
A informação surge no mesmo dia em que mais de 100 deputados libaneses apelaram à UNESCO para que proteja os locais históricos do país, incluindo as antigas cidades de Baalbeck e Tiro.
“No decurso da guerra devastadora contra o Líbano, Israel cometeu graves violações dos direitos humanos e atrocidades”, escreveram os deputados, numa carta dirigida à diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay.
“Chamamos a sua atenção para uma necessidade urgente: a proteção da história do Líbano, em Baalbeck, Tiro, Saida e outros locais de valor incalculável atualmente ameaçados”, apelaram os parlamentares.
“Exortamos-vos a tomar todas as medidas necessárias para proteger estes ícones culturais”, acrescentaram os eleitos de todas as bancadas do parlamento libanês, com 128 membros.
A cidade milenar de Baalbeck, que alberga um conjunto de templos romanos classificados como Património Mundial da UNESCO, foi alvo de violentos ataques israelitas na quarta-feira, que atingiram uma zona próxima do local histórico, segundo um correspondente da AFP no local.
Quarenta pessoas morreram nos ataques contra Baalbeck e arredores, segundo o Ministério da Saúde libanês.
“Este é um dia triste para Baalbeck, que foi alvo de violentos ataques israelitas que visaram edifícios históricos”, disse à AFP o presidente da câmara da cidade, Moustafa al-Chall.
O governador da região, Bashir Khodr, disse na rede social X que um ataque teve como alvo o parque de estacionamento adjacente aos templos romanos.
Desde o final de outubro, a zona de Baalbeck tem sido alvo de intensos ataques israelitas, tal como a cidade costeira de Tiro, no sul do país, que alberga igualmente locais antigos incluídos na lista do património mundial da UNESCO.
Israel, que trava uma guerra aberta contra o movimento xiita libanês Hezbollah, leva a cabo, desde 23 de setembro, uma campanha de ataques maciços no Líbano que, segundo o Ministério da Saúde local, já matou mais de 2.600 pessoas.
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