A Comissão de Trabalhadores (CT) da Caixa Geral de Depósitos (CGD) manifestou-se, esta terça-feira, em relação à ‘turbulência’ que está a acontecer no banco e à greve marcada para 1 de março.

Em comunicado enviado ao Notícias ao Minuto, os funcionários da Caixa sublinham que a comissão em questão “tem acompanhado o processo legítimo encetado pelas estruturas sindicais na CGD” em relação a melhorias de salários e outras matérias – que tiveram, a seu ver, e por parte da Comissão Executiva (CE) da CGD “uma resposta de subavaliação das reais possibilidades de aumentos do salário real e desrespeitadoras da condição atual de vida dos Trabalhadores da CGD”.

“Exige-se, perante toda a conjuntura e a expectativa de lucros recorde, um respeito maior e compensação dos Trabalhadores, agentes principais desses resultados”, adianta ainda a CT, referindo ainda que “é totalmente verdade quando se diz que parte desses lucros são alavancados pelo cenário macro-económico de taxas de juro elevadas, querendo fazer-se crer que os trabalhadores não contribuem para os mesmos”. Mas a comissão considera também que é “este aumento das margens financeiras” que é “precisamente o espelho do desempenho dos trabalhadores, ou não incidissem os juros sobre os produtos financeiros, sobretudo na carteira de crédito contratado, que os trabalhadores disponibilizaram aos clientes da CGD, criando aumento das margens financeiras e impacto nos lucros”.

Na nota, a comissão fala ainda do exemplo das poupanças e considera ainda que  “sem o excelente desempenho dos trabalhadores da CGD, a CE não alcançaria os resultados que tanto gosta de realçar e destacar como seus, ignorando os trabalhadores”.

“A Comissão de Trabalhadores (CT) tem acompanhado o processo legítimo encetado pelas estruturas sindicais presentes na CGD relativamente a melhorias de salários e outras matérias de expressão pecuniária que tiveram por parte da Comissão Executiva da CGD (CE) uma resposta de subavaliação das reais possibilidades de aumentos do salário real e desrespeitadoras da condição atual de vida dos Trabalhadores da CGD”, lê-se.

A CT aponta ainda que é tempo da Comissão Executiva “abandonar argumentos do passado que sempre pretenderam servir de desculpa para todas as decisões de gestão”, de que dão exemplo a necessidade de devolução ada recapitalizarão na CGD.  “Qual a origem da necessidade da recapitalização? Quais as “atividades” que causaram essa necessidade?”, questionam.

No final da nota, a comissão relembra ainda que em 2023 a CE “se recusou a aplicar a orientação da tutela emanada no DL 26-B/2023 não concretizando aumento salarial extraordinário de 1%, ao contrário do que se verificou nas restantes empresas do sector empresarial do Estado”.

Exigindo mais uma vez respeito pelos trabalhadores, a comissão sublinha que a Comissão Executiva da CGD “entendeu no processamento do vencimento do mês de Fevereiro, efetuar uma manobra ardilosa no sentido de dividir os Trabalhadores ao não abranger, por via do adiantamento unilateral e fora da negociação coletiva dum valor pecuniário que, em virtude de não aplicar a indexação, sonega o aumento aos Trabalhadores aposentados, excluindo-os do recebimento de qualquer verba: dividir para reinar”.

A CGD decidiu avançar com uma atualização salarial média de 3,25%, que será aplicada no salário deste mês, com efeitos a 1 de janeiro, enquanto ainda decorrem as negociações com os sindicatos, que já rejeitaram este valor.

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