Em declarações à Lusa, no dia em que o diretor nacional foi reconduzido para a sua terceira comissão de serviço à frente da Polícia Judiciária, a presidente da ASFIC/PJ, Carla Pinto, sublinhou que a nível sindical existem ainda “vários problemas por resolver”, alguns “que se arrastam há 20 anos”, essencialmente relacionados com a revisão ou criação de regulamentos.
A ASFIC/PJ espera que no terceiro mandato, Luís Neves responda à exigência de um regulamento de colocações e uma listagem de antiguidades, que resolva o problema de haver muitos funcionários sem uma previsão de quando poderão ser recolocados mais próximo da sua área de residência, havendo, segundo números sindicais, entre 70 a 80 funcionários deslocados em Lisboa à espera de vaga para uma colocação sobretudo na zona norte, onde abrem menos lugares.
Segundo Carla Pinto, a integração na PJ dos funcionários do extinto Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) veio agravar o problema, até a nível de instalações físicas, tornando ainda mais urgente em alguns pontos do país obras de ampliação e requalificação das delegações desta polícia para ser possível albergar o reforço de recursos.
“Nós precisamos que fique definido a nível nacional para todos os funcionários uma listagem de antiguidade e um regulamento de colocações que torne as coisas previsíveis, claras e transparentes no que a isto diz respeito. Temos muitas pessoas deslocalizadas e é extremamente importante que estas tenham uma previsão na sua vida de quando será a sua vez de serem colocadas no local onde habitavam”, defendeu Carla Pinto.
A ASFIC/PJ pede também a revisão do Código Disciplinar, anterior a 2000 e que precisa de ser atualizado “aos dias de hoje e face ao Código do Trabalho”, defendendo que “é um diploma útil e importante para que existam regras e que deve estar atualizado”.
A associação sindical quer também ver criado um regulamento sobre o trabalho em piquete e prevenções, para garantir que na PJ todo o país trabalha com as mesmas regras.
“Neste momento é quase como se existissem várias polícias dentro da mesma polícia. É um problema importante que queremos ver resolvido”, disse a presidente da ASFIC/PJ.
Sobre a recondução de Luís Neves, Carla Pinto disse ser importante para a PJ que a liderança seja ocupada por quem já conhece a casa e os seus problemas, evitando períodos para ter contacto e conhecer os ‘dossiers’.
O diretor nacional da Polícia Judiciária (PJ), Luís Neves, foi reconduzido no cargo por mais três anos para a sua terceira comissão de serviço na liderança da polícia de investigação criminal, anunciou hoje o gabinete do primeiro-ministro em comunicado.
“Considerando o desempenho do Coordenador Superior de Investigação Criminal Luís António Trindade Nunes das Neves como Diretor Nacional da Polícia Judiciária, este foi nomeado para nova comissão de serviço, (…), por um período de três anos”, lê-se no comunicado do Governo.
Com a recondução, este será a terceira comissão de serviço de Luís Neves enquanto diretor nacional da PJ, que tomou posse no cargo em junho de 2018, quando já contava com mais de 20 anos ao serviço daquela polícia.
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