Numa visita a um centro comunitário no Monte da Caparica, distrito de Setúbal, o dirigente do Livre foi questionado sobre o facto de o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, ter considerado hoje que a única forma de travar “o regresso da direita ao poder” passa pela concentração de votos nos socialistas.

“Esses pedidos de voto útil são sempre sinal de alguma desorientação. É verdade, tal como diz o PS, e como diz Pedro Nuno Santos, que é preciso deter uma maioria de direita, mas é da lógica que para deter uma maioria de direita é preciso uma maioria de esquerda”, sustentou.

Na ótica de Rui Tavares, para haver uma maioria de esquerda “é preciso que as pessoas votem nos partidos de esquerda, nas propostas que mais se adequam àquilo que querem para o país”.

O historiador, acompanhado do ‘número um’ pelo círculo de Setúbal, Paulo Muacho, procurou diferenciar o Livre de outros partidos com os quais partilha algumas semelhanças ideológicas, sustentando que quer “acrescentar à maioria de esquerda aquilo que, pelo menos nas duas últimas maiorias de esquerda, não funcionou bem”, enumerando a maioria absoluta do PS e a ‘Geringonça’.

“As pessoas que têm medo de uma maioria de direita, com razão, por causa da sua instabilidade, por causa das suas políticas antissociais, que querem ter uma esquerda na qual possam confiar para uma legislatura que tenha estabilidade, que chegue até ao fim, que tenha ideias novas, devem votar no Livre. Esse é o voto mais útil de todos”, apelou.

O dirigente do Livre e uma modesta comitiva do partido, com menos de uma dezena de pessoas, que incluiu a ‘número dois’ por Setúbal, Geizy Fernandes, visitaram hoje um centro comunitário no Monte da Caparica e um centro social na Trafaria, nas quais procuraram saber junto dos responsáveis quais as dificuldades do seu dia-a-dia.

Rui Tavares definiu como prioridade programática nesta campanha o combate à pobreza estrutural no país e hoje quis ir “ao terreno” mostrar que “políticas de combate e de erradicação da pobreza funcionam e ajudam pessoas concretas a encontrar formas de resolver os seus problemas”.

O dirigente lamentou que as políticas de combate à pobreza tenham saído do “foco central do debate público” e defendeu condições para as pessoas que trabalham todos os dias no terreno.

Na primeira visita, ao Centro Comunitário PIA II, uma das instituições sob a alçada Santa Casa da Misericórdia de Almada, Tavares ouviu queixas sobre o peso da burocracia no dia-a-dia destas instituições e ‘vendeu’ algumas das propostas que o partido conseguiu aprovar nestes últimos anos, como o subsídio de desemprego para vítimas de violência doméstica.

Já no Centro Social da Trafaria, que funciona como centro de dia e creche, o deputado único ainda trocou umas palavras com uma idosa chamada Rosário, que lhe disse que frequenta este sítio todos os dias.

“É uma forma também de nós convivermos uns com os outros e acalmarmos os mais excitados”, disse, a sorrir. Alguns dos idosos que frequentam este centro de dia têm demência ou sofrem de Alzheimer.

[Notícia atualizada às 19h25]

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