Num comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), O Banco Montepio afirma que “a evolução positiva dos resultados foi determinada pelo incremento do produto bancário (+2,0% em termos homólogos), pela redução das imparidades e provisões (-50,7% em termos homólogos) e pelo efeito da desconsolidação do Finibanco Angola inscrito nas contas de 2023”.
A margem financeira ascendeu a 296,0 milhões de euros nos primeiros nove meses de 2024, contra 301,1 milhões de euros no período homólogo de 2023, indica o banco.
“Com efeito, pese embora a evolução dos juros do crédito a clientes, induzido pelo comportamento favorável do crédito e pelo efeito do ‘repricing’ dos contratos, e dos juros resultantes das aplicações efetuadas em títulos e do excesso de liquidez depositado no Banco de Portugal, ainda assim não foi possível compensar a subida dos juros de depósitos pagos a clientes e o custo do financiamento via mercado de capitais”, adianta.
O banco sublinha ainda que no final de setembro de 2024, “os recursos de clientes atingiram o máximo histórico de 14.558 milhões de euros, refletindo um crescimento notável de 1.191 milhões de euros (+8,9%)” face ao final de 2023 e que os depósitos a prazo registaram um aumento de 1.076 ME (+13,8%)” face ao final de 2023, “em resultado do acréscimo da procura por decisões de investimento mais seguras com rendimentos garantidos”.
“Também o crédito a clientes líquido cresceu 286 milhões de euros (+2,5%) face ao final de 2023, desempenho que foi alcançado mantendo um perfil criterioso na concessão de crédito, tendo sido acompanhado pela redução de 65 milhões de euros (-17%) face ao final de 2023 das exposições não produtivas (NPE), para 316 milhões de euros em 30 de setembro de 2024, colocando o rácio de NPE em 2,6%”, face a 4,2% registado em 30 de setembro de 2023, refere o banco.
O banco também anunciou hoje que nos primeiros nove meses o Produto bancário evoluiu favoravelmente para 372,8 milhões de euros, mais 2% que no mesmo período de 2023, e que os depósitos de clientes ascenderam a 14,6 mil milhões de euros, mais 8,9% face ao valor de final de 2023, com o segmento de Particulares a representar 71% do total.
No comunicado, o Montepio afirma que o ‘Buffer’ [amortecedor] de liquidez de 6,0 mil milhões de euros traduz “uma confortável posição de liquidez”.
O Banco Montepio afirma ainda que amortizou totalmente o financiamento junto do BCE no primeiro trimestre de 2024, no montante de 855 milhões de euros, e que as Comissões líquidas totalizaram 95,6 milhões nos primeiros nove meses de 2024, em linha com 95,5 milhões de euros registadas no período homólogo de 2023.
Os custos operacionais totalizaram 202,4 milhões de euros nos primeiros noves meses de 2024, contra 198,8 milhões de euros registados no período homólogo de 2023, evidenciando um aumento de 1,8% em termos homólogos e traduzindo as subidas dos gastos gerais administrativos em 5,5 milhões de euros e das depreciações e amortizações em 5,3 milhões de euros, parcialmente mitigadas pelo decréscimo dos custos com pessoal em 7,2 milhões de euros.
O valor líquido do agregado Imparidades e Provisões fixou-se em 21,9 milhões de euros nos primeiros nove meses de 2024, evidenciando, no agregado, uma menor dotação em 22,5 milhões de euros face ao valor observado no período homólogo de 2023, precisa.
O Ativo total cifrou-se em 18.596 milhões de euros em 30 de setembro de 2024, comparando com 17.989 milhões de euros registados no final de 2023, traduzindo, essencialmente, a evolução verificada nas rubricas de Caixa e disponibilidades em bancos centrais (+770 milhões de euros), Crédito a Clientes (+286 milhões de euros), Ativos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral (+267 milhões de euros), e Outros ativos financeiros ao custo amortizado (-614 milhões de euros).
“O Passivo no final de setembro de 2024 observou um acréscimo de 481 milhões de euros face ao valor registado em 31 de dezembro de 2023, refletindo, principalmente, os aumentos observados nas rubricas de Recursos de Clientes (+1.191 milhões de euros) e de Responsabilidades representadas por títulos (+206 milhões de euros) e as reduções nas rubricas de Recursos de Bancos Centrais (-874 milhões de euros) e de Recursos de outras instituições de crédito (-11 milhões de euros)”, refere.
O Montepio diz que “os fundos próprios aumentaram 150 milhões de euros em termos homólogos para 1.502 milhões de euros, traduzindo, principalmente, a evolução positiva dos resultados gerados e o impacto da nova emissão de dívida subordinada realizada em março, no montante de 250 milhões de euros, parcialmente mitigado pela recompra e amortização de duas emissões de dívida subordinada (colocações privadas) e pelo exercício da opção de reembolso antecipado (‘call option’) da emissão de dívida subordinada colocada em mercado, no montante total de 200 milhões de euros”.
[Notícia atualizada às 12h56]
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