O secretário-geral do Partido Socialista, Pedro Nuno Santos, afirmou que “o chamar a si [a ministra da saúde] o INEM não nos inspira também grande confiança”, depois de realçar que, no dia de ontem, terça-feira, Ana Paula Martins dizia na Assembleia da República que assumia total responsabilidades sobre os últimos acontecimentos no INEM.
Para Pedro Nuno Santos, “todas as intervenções” [no Parlamento] da ministra Ana Paula Martins “foram no sentido de procurar outros responsáveis que não ela própria”, disse em declarações à comunicação social depois de uma reunião com o conselho de administração do Hospital Garcia de Orta.
No entender do líder do partido socialista “há uma desautorização, há um assumir publicamente de que senhora secretária de Estado não soube gerir o dossiê”, dizendo que a ministra sentiu a “necessidade de o puxar a si”.
“Isso diz mais da senhora ministra do que dos outros membros do ministério da saúde” salientou Pedro Nuno Santos, destacando que “essa é a responsabilidade […] desde o início, não passou a ser agora”.
O socialista acusou ainda a ministra de tentar “responsabilizar a secretária de Estado, tentou responsabilizar o presidente do INEM, também tentou […] responsabilizar o Governo anterior”.
“Se este Governo entende, ou entendia, que havia uma situação, um problema estrutural no INEM, isso não joga a favor do Governo, antes pelo contrário” afirmou Pedro Nuno Santos, dizendo que isso significa “é que o alerta em relação aos efeitos de uma possível greve ainda deviam ser maiores, o cuidado devia ser ainda maior”.
O líder do partido salientou que “a greve, o pré-aviso de greve não foi feito a um Governo anterior, foi feito a este Governo”, criticando a forma “como geriram todo este processo é, obviamente, muito preocupante […] é irresponsável, é negligente a forma como se lidou com este tema.”
Recorde-se que a ministra da saúde tem agora o INEM na sua dependência direta e que, anteriormente, esta pasta pertencia à secretária de Estado da Gestão de Saúde.
[Notícia atualizada às 18h08]
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