Hugo Soares, secretário-geral do PSD e braço direito de Luís Montenegro, será líder parlamentar do Partido Social Democrata (PSD).

A notícia foi avançada na noite deste domingo por Luís Marques Mendes na SIC.

“Tem de ser uma escolha criteriosa e acho que só há uma pessoa capaz de cumprir essa função dentro do PSD, o secretário-geral Hugo Soares”, disse o comentador.

“Vai ser ele, por aquilo que apurei. Tem de ser uma pessoa com talento para a oratória, diálogo e combate político”, frisou. 

No seu espaço de comentário na SIC, o antigo líder do PSD frisou algumas questões que deverão ser tidas em atenção no que respeita à escolha dos ministros do novo Governo. 

“É importante que o primeiro-ministro Luís Montenegro tenha em atenção questões de ética, integridade e conflitos de interesses” e “cumprir o questionário aprovado por António Costa”. Depois, a liderança no feminino, e, mais importante, um bom líder parlamentar. 

Os desafios do novo Governo

O social-democrata discorreu ainda sobre os problemas maiores que o Governo tem pela frente.

A instabilidade internacional como as guerras na Ucrânia e Médio Oriente, os riscos das eleições presidenciais nos EUA, o arrefecimento económico na Europa, o eventual surto de greves desencadeado pela CGTP e ainda as novas regras europeias em matéria de redução da dívida.

Porém, há também sinais de esperança: o recuo da inflação, um maior crescimento do PIB, a redução gradual das taxas de juro, o desemprego baixo, alguma folga orçamental e o PRR que terá de entrar em velocidade de cruzeiro.

Por fim, os desafios de fundo. “É preciso reforçar o crescimento económico, promover o desagravamento fiscal, a grande causa do novo Governo. Depois, fortalecer o Estado Social, sobretudo no SNS e na habitação, fazer um novo Acordo Social, para a produtividade e os salários e reforçar o combate à corrupção”, avançou Marques Mendes. 

“Saída de Santos Silva é culpa dele”

Ainda sobre o tema das eleições, para Luís Marques Mendes confirmou-se o que se previa na semana passada: uma vitória do Chega, um apoio esmagador a este partido vindo sobretudo dos eleitores do Brasil e da Suíça e a não eleição de Augusto Santos Silva.

Santos Silva sai da vida política pela porta pequena e por culpa própria

“Santos Silva sai da vida política pela porta pequena e por culpa própria. Faz muita impressão que uma pessoa tão inteligente como ele tivesse cometido tantos erros”, afirmou o comentador, elencando três. O primeiro, ter saído do Ministério dos Negócios Estrangeiros, o erro de ter ido para presidente da Assembleia da República e, por fim, ter exercido a função da forma como a exerceu, com “arrogância, deslumbramento e crispação”.

“Saída de Santos Silva é culpa dele”, diz ainda.

Luís Marques Mendes abordou ainda a vitória “retumbante” do Chega nas eleições. Para o comentador, esta pode ter efeitos sérios no futuro, começando pelas eleições europeias e autárquicas.

“O Chega ficou agora em terceiro lugar nas legislativas. Mas não é impossível ficar em segundo nas eleições europeias ou até ganhá-las”, atira, frisando que a abstenção vai ser muito grande e o grau de mobilização do Chega é enorme.

Isto, conclui, tem consequências políticas. “Se a Aliança Democrática não conseguir ganhar as europeias, isso fragiliza o novo Governo. O Governo não cai por causa disso, mas vai chegar fragilizado ao momento capital: a discussão do OE para 2025”, afirma.

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