Instada a comentar os resultados da companhia aérea, que apontam para lucros de 118,2 milhões nos nove primeiros meses do ano, Mariana Mortágua salientou que é necessário acabar “com este padrão viciado em que o Estado vende todos os bons ativos, importantes e que dão lucro”.
Falando aos jornalistas junto ao centro de contacto da Segurança Social de Castelo Branco, onde participou num plenário de trabalhadores, a dirigente bloquista frisou que não é aceitável que o Estado tenha de abdicar das empresas essenciais ao país e à sua estrutura económica.
“Gastámos dinheiro a salvá-la, é verdade, mas agora vamos recolher os frutos desse dinheiro que foi gasto e, já agora, dos sacrifícios de muita gente no programa de reestruturação, que despediu gente”, argumentou.
A líder do BE lamentou que se venda as empresas quando estão a dar lucro, deixando o país sem o ativo estratégico e a fonte de rendimento e que “quando as coisas correm mal o Governo seja chamado a salvar as empresas”.
Os lucros da TAP caíram para 117,8 milhões de euros no terceiro trimestre do ano, em comparação com o período homólogo, devido ao impacto das perdas cambiais, anunciou a empresa.
Segundo a companhia aérea, o resultado líquido do terceiro trimestre do ano caiu 62,8 milhões de euros (MEuro) relativamente ao mesmo período do ano passado, apesar de ter melhorado em 116,6 ME quando se compara com o terceiro trimestre de 2019, antes da pandemia.
O EBITDA (resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) recorrente totalizou 372 milhões de euros no terceiro trimestre do ano, o que representa uma queda de 18,7 ME (-4,8%) em comparação com o período homólogo.
Sobre a intenção do Governo construir três novas barragens para reter água e evitar cheias, a líder do BE considerou que esse passo tem de ser muito bem estudado e lamentou que esta seja a solução quando o país “não adaptou o território às cheias, continuando a construir e a impermeabilizar os solos nas grandes cidades”.
“Depois dizemos que construímos barragens para travar os efeitos das cheias. Portugal vai ter de se preparar para alterações climáticas extremas e que isso requer um plano estratégico, de ordenamento do território, proteção das zonas costureiras e travar a construção”, sustentou Mariana Mortágua, frisando que o Governo aposta em “medidas fáceis que voltam a dar negócio a um conjunto de empresas”.
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