O ano de 2024 registou também um número recorde de mortes durante estas travessias, com pelo menos 60 pessoas que perderam a vida, de acordo com dados oficiais franceses.
O pior naufrágio do ano remonta a 03 de setembro, quando pelo menos 12 migrantes, metade dos quais menores de idade, morreram na sequência da quebra do barco onde viajavam.
Tal como os seus antecessores conservadores, o novo Governo trabalhista britânico prometeu reduzir estas travessias perigosas, endurecendo a sua luta contra os traficantes de seres humanos, mas o fenómeno continua a aumentar.
Desde janeiro deste ano, 30.431 migrantes chegaram às costas do sul de Inglaterra vindos de França, segundo dados oficiais britânicos, sendo que, desde o início do mês, quase 5.200 pessoas completaram com sucesso a travessia, um dos números mensais mais elevados alguma vez observados desde o início destas passagens pelo canal, em 2018.
Só na quarta-feira, adiantaram as autoridades, chegaram às costas britânicas 564 migrantes.
No ano passado, foram registadas pouco menos de 30.000 chegadas, um valor inferior ao recorde de mais de 45.000 pessoas contabilizado em 2022.
A redução da imigração, tanto legal como ilegal, esteve no centro da recente campanha eleitoral que viu o Partido Trabalhista regressar ao poder após 14 anos na oposição.
O partido anti-imigração Reforma do Reino Unido, de Nigel Farage, registou um crescimento sem precedentes, obtendo cerca de 14% dos votos e conquistando 5 lugares no parlamento.
Desde que assumiu o poder, o primeiro-ministro, Keir Starmer, abandonou o plano conservador de deportar migrantes para o Ruanda e está a dar prioridade à luta contra os traficantes.
Starmer criou um centro de comando para esta questão, chefiado por um antigo oficial superior da polícia, e apela a uma maior cooperação com os seus vizinhos europeus.
Leia Também: Sudão. Aumenta para 11 milhões o número de deslocados internos