Rui Rio, antigo líder do Partido Social Democrata (PSD), afirmou, este sábado, que o estado a que chegou o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) “passa o inadmissível”, criticando o Governo de Luís Montenegro e a falta de “consequências” para a atual crise vivida no organismo do Ministério da Saúde.
“As queixas sobre o funcionamento do INEM não são de agora, mas o estado a que ele atualmente chegou passa o inadmissível; é revoltante”, escreveu Rui Rio, numa publicação divulgada na rede social X (antigo Twitter).
“Nos países civilizados isto não existe, porque aí há consequências, logo que acontece uma falha. É este o resultado da nossa falta de rigor”, apontou o social-democrata, no que parece ser uma referência à continuidade da ministra da Saúde, Ana Paula Martins.
As queixas sobre o funcionamento do INEM não são de agora, mas o estado a que ele atualmente chegou passa o inadmissível; é revoltante!
Nos países civilizados isto não existe, porque aí há consequências, logo que acontece uma falha. É este o resultado da nossa falta de rigor. https://t.co/Bw3IX585VE— Rui Rio (@RuiRioPT) November 9, 2024
Recorde-se que as falhas ou atrasos na resposta do serviço 112 e no encaminhamento para os CODU, do INEM, devido à greve dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar, têm gerado uma forte polémica e já terão levado à morte de pelo menos nove pessoas.
Vários dirigentes políticos têm defendido a demissão de Ana Paula Martins, mas o primeiro-ministro já veio defender que os problemas “não se resolvem” demitindo a ministra, referindo ainda que isso se aplica a “todos os membros do Governo”.
“A consequência política, quando há problemas, é resolvê-los; essa é a consequência política. A consequência política não é, para ser direto a responder à sua pergunta, mudar pessoas para o problema continuar; é o contrário, é resolver o problema para que nós possamos continuar cada vez mais a prestar bom serviço”, salientou Luís Montenegro, em declarações aos jornalistas portugueses em Budapeste, no final de uma reunião informal do Conselho Europeu, na sexta-feira.
Saliente-se que greve foi suspensa na quinta-feira, dia em que a ministra da Saúde convocou o sindicato representativo dos técnicos para uma reunião, a qual levou à assinatura de um protocolo negocial com a tutela.
Na segunda-feira, a greve dos técnicos de emergência pré-hospitalar obrigou à paragem de 44 meios de socorro no país durante o turno da tarde, agravando-se os atrasos no atendimento da linha 112.
O Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH) denunciou no sábado as primeiras duas mortes que terão acontecido devido à greve. Após esta denúncia, vários outros casos foram noticiados, tendo o Ministério Público aberto inquéritos a algumas destas situações, bem como a Inspeção Geral das Atividades de Saúde (IGAS).
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