O chefe da diplomacia portuguesa afirmou, após um encontro em Londres com o homólogo, David Lammy, que as relações entre os dois países “são obviamente excelentes e que precisam de um relançamento pós-Brexit”.
“Agora neste quadro de estabilidade política britânica, por um lado, e também nacional, uma vez que o Orçamento está garantido, há todas as condições para fazer florescer essas relações bilaterais”, acrescentou.
O encontro esta tarde na capital britânica foi marcado durante o Conselho Europeu de ministros dos Negócios Estrangeiros em 14 de outubro em Bruxelas, no qual David Lammy participou extraordinariamente, já que o Reino Unido deixou de fazer parte da União Europeia (UE) em 2020.
Rangel também se reuniu hoje com o secretário de Estado para a Constituição e Relações com a União Europeia, Nick Thomas-Symonds.
Na agenda de trabalhos estiveram temas o apoio à Ucrânia, nomeadamente como Portugal pode colaborar com alguns programas britânicos de fornecimento de material bélico, e o apelo a um cessar-fogo humanitário urgente para a Faixa de Gaza.
Lammy e Rangel também condenaram os ataques das forças armadas israelitas à missão das Nações Unidas no Líbano (FINUL), e a falaram da necessidade de “desescalar” o conflito.
Sobre as relações da UE com o Reino Unido, discutiram o interesse numa cooperação nas áreas da defesa e segurança interna, nomeadamente o combate a redes criminosas transnacionais ligadas ao terrorismo, tráfico de droga e tráfico de pessoas, e em promover o comércio.
“Nós por nossa parte, falámos muito na necessidade de voltar a haver programas de mobilidade estudantil”, disse o ministro português, numa referência à proposta da Comissão Europeia para um regime de mobilidade jovem para cidadãos entre os 18 e os 30 anos.
Até agora, Londres rejeitou esta ideia, bem como recusou um regresso à união aduaneira, ao mercado único ou à liberdade de circulação de pessoas, mas disse querer remover algumas barreiras ao comércio com a UE.
Rangel vincou que “o Reino Unido é um Estado amigo e que está sempre nas prioridades portuguesas”, mas avisou que qualquer tipo de negociações com a UE terá de ser de benefício mútuo e que o Reino Unido não pode selecionar apenas o que lhe interessa.
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