Miguel Albuquerque, líder do PSD/Madeira e presidente do Governo Regional da Madeira, afirmou, este sábado, que não se demite, na sequência de uma nova crise política vivida na região após a moção de censura apresentada pelo Chega/Madeira.
“Eu estou aqui para dar a cara. Eu não me demito”, afirmou Albuquerque, em conferência de imprensa, já depois de dizer que o partido está preparado para “ir a eleições” e para “qualquer cenário político que se coloque”.
O social-democrata assegurou ainda que será enfrentada de “cabeça erguida” a situação “rocambolesca”, “inoportuna” e “irresponsável” causada pela moção do Chega.
“Eu fui eleito em setembro de 2023 e fui eleito em maio de 2024. Fui eleito também nas eleições internas em março. Portanto, não tenho nenhuma razão para me demitir”, insistiu.
Além disso, assegurou ainda que vai manter todos os membros do seu governo em funções, com a sua “total confiança. “Qualquer denúncia anónima faz com que os secretários tenham de ser ouvidos. Se a a tática é meterem processos contra o Governo [Regional] para os secretários serem ouvidos e, cada vez que é ouvido, cai um secretário, não há governo em Portugal que aguente nem em nenhuma região”, atirou.
“Não há nenhum facto, nenhum ato que, neste momento, eu possa imputar a qualquer titular de cargo publico qualquer situação de irregularidade. Isto é tudo um expediente para os incendiários tomarem conta da floresta”, acusou.
Antes disto, Miguel Albuquerque tinha apelado ao sentido de responsabilidade dos partidos, já depois de o líder do PS na Madeira, Paulo Cafôfo, ter manifestado disponibilidade para viabilizar a moção de censura apresentada pelo Chega.
Recorde-se que o líder do Chega/Madeira, Miguel Castro, exigiu a demissão de Miguel Albuquerque, que descreveu como “um entrave para haver uma estabilidade política”, na sequência das investigações judiciais que estão a ser feitas ao presidente do executivo, Miguel Albuquerque, e a quatro secretários regionais, tendo todos sido constituídos arguidos.
Miguel Albuquerque foi constituído arguido no final de janeiro num inquérito que investiga suspeitas de corrupção, abuso de poder e prevaricação, entre outros. Em causa estão alegados favorecimentos de empresários pelo poder público, em troca de contrapartidas.
O social-democrata, líder do Governo Regional desde 2015, acabou por se demitir – depois de o PAN retirar o apoio que permitia à coligação PSD/CDS-PP governar com maioria absoluta -, mas venceu as eleições antecipadas de maio.
Entretanto, em setembro, os secretários regionais das Finanças (Rogério Gouveia), Saúde e Proteção Civil (Pedro Ramos) e Equipamentos e Infraestruturas (Pedro Fino), foram constituídos arguidos, no âmbito da operação “AB INITIO”, sobre suspeitas de criminalidade económica e financeira.
Esta semana foi conhecido um outro processo que envolve o secretário da Economia, Turismo e Cultura, Eduardo Jesus, também constituído arguido.
[Notícia atualizada às 13h33]
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