Os apoiantes de Morales declararam um bloqueio rodoviário por tempo indeterminado (que já dura há 16 dias) para exigir que o Governo de Luis Arce retirasse os processos judiciais por tráfico de seres humanos e violação legal contra o líder do Movimento para o Socialismo (MAS), no poder.
Os setores próximos de Morales consideram que as investigações determinadas pelo Governo fazem parte de uma perseguição política para impedir que o ex-presidente seja candidato presidencial em 2025.
A polícia chegou esta manhã a Mairana, a 133 quilómetros da cidade de Santa Cruz, pela antiga autoestrada em direção à região central de Cochabamba, para desobstruir a via e recuperar o controlo da unidade policial que na véspera foi assumida pelos apoiantes de Morales.
Durante o confronto, um agente foi cercado por manifestantes que o espancaram até o deixarem caído no chão com vários ferimentos no corpo, como se pode ver num vídeo divulgado pelos meios de comunicação locais.
A Polícia informou numa publicação nas suas redes sociais que há 13 polícias feridos que foram transferidos para a cidade de Santa Cruz, a maioria deles com ferimentos por espancamento.
O ex-presidente boliviano Carlos Mesa denunciou que “os bloqueios incentivados por Morales e pelos seus seguidores estão a tornar-se um dos conflitos mais perigosos para o trabalho dos jornalistas”.
Entretanto, Evo Morales pediu hoje uma investigação por parte das autoridades regionais sobre a tentativa de assassinato de que disse ter sido vítima no domingo no centro da Bolívia, que o Governo descreveu como “encenada”.
“Exigimos uma investigação internacional e independente”, disse Morales, na rede social X.
No domingo, Evo Morales afirmou num vídeo que foi alvo de um ataque enquanto conduzia um carro na região do Chapare, acusando “agentes de elite do Estado boliviano” de tentativa de o assassinar.
O Governo apresentou uma versão completamente diferente e afirma que a comitiva de Morales ignorou uma operação de controlo policial anti-droga, acelerou e abriu fogo, ferindo um agente.
O ministro do Interior, Eduardo Del Castillo, classificou os comentários de Morales como fazendo parte de uma “encenação”.
Leia Também: Governo da Bolívia acusa Evo Morales de ter “encenado” tentativa de assassínio