Catarina Martins entrou hoje, pela primeira vez, na campanha oficial do BE ao lado da sua sucessora na liderança bloquista, Mariana Mortágua, no maior comício do partido desta corrida eleitoral até ao momento que reúne esta tarde em Lisboa as principais figuras do Bloco.

A antiga coordenadora bloquista respondeu ao discurso da véspera do ainda primeiro-ministro, António Costa, e a ideia que defendeu de que o jogo foi interrompido antes do fim, numa alusão à queda do Governo a meio da legislatura.

“Quem não sabia há já um ano que havia uma degradação acelerada (…) O jogo começou a acabar no momento em que houve uma maioria absoluta”, criticou.

Usando uma expressão também de António Costa, mas sem o nomear, Catarina Martins apontou ao PS quando se refugia na ideia de que “a direita fará pior” se estiver no poder e deixou a pergunta: “é poucochinho, não é?”.

Para a antiga líder bloquista nestas eleições não basta o ‘mesmismo’, sendo preciso a “força de Esquerda para abanar o barco”.

“Este discurso absurdo de anunciar que está tudo bem é um discurso que faz murchar a democracia, Tantos anúncios, tão poucas respostas”, criticou, numa alusão ao PS.

Considerando que é preciso “uma maioria à Esquerda” e que esta só existe “com uma Esquerda forte no parlamento”, Catarina Martins deixou um aviso sobre o que acontece “um pouco por todo o país”.

“Ou elege o Bloco ou a direita, ou elege o BE ou não elege a Esquerda. É assim em tantos distritos do país. O voto que serve é o voto que elege e o voto que elege é o Bloco de Esquerda”, enfatizou.

Antes de Catarina Martins esteve no palco Pedro Filipe Soares, que decidiu deixar o parlamento e a liderança parlamentar no final desta legislatura, dirigindo-se ao milhão de pessoas indecisas que, segundo as sondagens, ainda não sabem em quem votar.

Do “cardápio eleitoral”, o bloquista apontou ao “desfile de horrores” à direita, com Cavaco Silva, Durão Barroso, Luís Filipe Menezes ou Passos Coelho, nomes que mereceram um longo apupo da audiência.

“A igualdade passa por aqui, quer eles gostem quer não, e vão ter que levar connosco”, avisou.

Segundo Pedro Filipe Soares, “o país está zangado com o PS, a Esquerda está zangada com o PS” depois da maioria absoluta, sendo para o bloquista a “pergunta muito simples”.

“Porque é que não haveria de estar?”, questionou, dando como exemplo os problemas na saúde, na habitação ou nos salários baixos.

O bloquista referiu-se àqueles que, logo na noite das eleições de 2022 se arrependeram do voto útil, deixando assim uma proposta.

“Se queres andar para trás vota na Direita, se queres mais do mesmo vota no PS, se queres andar para a frente vota no Bloco”, apelou.

[Notícia atualizada às 20h18]

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