“Eu acredito que nós vamos alcançar, se não o total, muito próximo dos países membros da ONU”, disse, em declarações à Lusa, Wellington Dias declarou à Lusa, à margem da cimeira dos líderes de Governo e chefes de Estado do G20, que decorre na cidade brasileira do Rio de Janeiro.
“Acredito que a gente consegue em 2025”, apostou, referindo aos 193 países reconhecidos pela ONU.
O ministro brasileiro, um dos principais obreiros da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, lançada hoje oficialmente pelo Presidente brasileiro, Lula da Silva, frisou que “quase metade do total de membros da ONU” já aderiram.
“Muito acima do esperado”, sublinhou.
A Aliança Global contra a Fome e a Pobreza soma 82 países, além da União Africana e da União Europeia.
Para além disso, aderiram ainda nove instituições financeiras, 24 organizações internacionais e 31 entidades filantrópicas e não governamentais, num total de 148 membros fundadores.
“A União Africana já tomou uma posição para que todos os seus 54 membros participem”, frisou o ministro brasileiro.
“Uma parte já aderiu. A maior parte não”, disse.
Portugal vai contribuir com 300 mil dólares anuais para a nova Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, hoje lançada pelo presidente do Brasil na cimeira do G20, no Rio de Janeiro, anunciou o primeiro-ministro, Luís Montenegro.
“O nosso compromisso é firme, assim como será o nosso investimento. Portugal irá contribuir com cerca de 10% do custo de funcionamento do mecanismo de Apoio da Aliança, 300.000 dólares (cerca de 284 mil euros), pelo menos até 2030”, afirmou Luís Montenegro.
Numa intervenção na primeira sessão de trabalho da reunião de chefes de Estado e de Governo do G20 – que Portugal integra pela primeira vez como observador a convite da presidência brasileira deste fórum internacional -, Montenegro saudou o Presidente Lula da Silva por trazer para o centro da discussão “temas absolutamente essenciais como a erradicação da pobreza e da fome”.
A Aliança Global contra a fome foi hoje oficialmente lançada na abertura da Cimeira do G20, com o Presidente brasileiro, Lula da Silva, a afirmar que os líderes devem lutar para “acabar com essa chaga que envergonha a humanidade”.
“Compete aos que estão aqui a inadiável tarefa de acabar com essa chaga que envergonha a humanidade”, afirmou o chefe de Estado brasileiro
“Em um mundo que produz quase 6 mil milhões de toneladas de alimentos por ano, isso é inadmissível. Em um mundo cujos gastos militares chegam a 2,4 biliões de dólares, isso é inaceitável”, disse o chefe de Estado brasileiro.
Aberta a todos os países, desde julho, esta iniciativa procura coordenar ações e parcerias técnicas e financeiras para apoiar a implementação de programas nacionais nos países que aderirem à proposta e ainda o financiamento de políticas públicas para a erradicação da fome e da pobreza no mundo.
Até ao momento, já aderiram à Aliança Global contra a Fome e a Pobreza 81 países, entre os quais Portugal, 26 organizações internacionais, nove instituições financeiras e 31 organizações filantrópicas, indicou Lula da Silva.
A iniciativa procura acelerar o progresso na eliminação da fome e na redução da pobreza, superando as metas estabelecidas na Agenda 2030.
A Aliança lançada pelo Brasil será gerida com base num secretariado alojado nas sedes da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) em Roma e em Brasília, formada por pessoal especializado e funcionará até 2030.
O número de pessoas que vivem com fome no planeta aumentou em mais de 152 milhões desde 2019, com mais de 9% da população mundial (733 milhões de pessoas) subnutrida, segundo um relatório da FAO divulgado em julho durante uma reunião ministerial do G20.
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