Wu Qing, antigo presidente da Bolsa de Valores de Xangai, com reputação de ser duro com maus comportamentos no mercado, foi nomeado presidente e chefe do Partido Comunista da Comissão Reguladora de Valores Mobiliários da China (CSRC), substituindo Yi Huiman, que presidiu a meses de turbulência quando os mercados de ações chineses caíram, perdendo biliões de dólares.

A agência noticiosa oficial Xinhua não deu qualquer razão para a saída de Yi.

No início da semana, a CSRC afirmou que estava a combater o abuso de informação privilegiada, a manipulação do mercado e outros crimes e que iria proteger os pequenos investidores. Um fundo de investimento estatal comprometeu-se a aumentar a compra de fundos negociados em bolsa e os reguladores também impuseram limites às vendas a descoberto.

Apesar destas medidas, as ações chinesas continuam a ser negociadas em mínimos de cinco anos, o que faz com que a compra de ações seja “como apanhar uma faca em queda”, afirmou Ipek Ozkardeskaya, da Swissquote, num relatório.

Os investidores registaram o seu entusiasmo nas redes sociais. Alguns disseram esperar que Wu Qing, cujo nome completo é um homófono de carateres que significam “implacável” em chinês, fizesse jus à sua alcunha.

Os mercados de Xangai e Shenzhen definharam, em parte devido à forte venda de ações de empresas do imobiliário na sequência de uma campanha de Pequim para desalavancar o setor.

A entrada em incumprimento de dezenas de construtoras minou a confiança nos esforços do governo para relançar a economia após a pandemia.

A mudança na CSRC ocorreu durante uma semana em que se assistiu a grandes oscilações nas cotações das ações e ao desespero dos investidores que viram os seus investimentos evaporarem-se. Os líderes chineses podem estar à espera de virar uma nova página: os mercados deverão estar fechados durante uma semana a partir de sexta-feira para o feriado do Ano Novo Lunar.

A tentativa de acalmar os mercados ganhou urgência à medida que altos funcionários se preparam para reunir em Pequim, no início de março, para a sessão anual da Assembleia Popular Nacional.

O partido no poder tem exortado a imprensa estatal e outras entidades com influência a promoverem a confiança nos mercados e na economia, que se prevê que abrande ainda mais este ano em relação à taxa de crescimento oficial de 5,2% registada em 2023, uma das mais baixas das últimas décadas, com exceção dos anos da pandemia.

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