A socialista Ana Gomes considerou, este domingo, no seu espaço de comentário político de domingo, na SIC Notícias, que o atraso do julgamento da Operação Marquês “é inacreditável e devastador para a Justiça Portuguesa”, uma vez que “estamos a falar de um caso que é absolutamente emblemático e que envolve um ex-primeiro-ministro”.
Para a antiga eurodeputada, “é fundamental” que o caso, que compromete José Sócrates, tenha uma resolução.
“É uma questão de sanidade do país”, atirou mesmo, acrescentando que “é altamente suspeito” que José Sócrates não queira “ir a julgamento”.
“Qualquer pessoa que tivesse descansada obviamente quereria ir a julgamento, mas também não se pode arredar as objeções, as razões que ele invoca e que têm a ver com os inconseguimentos da nossa Justiça, de decisões de gente que em determinados momentos devia decidir com coragem e com clareza e não o fez e é por isso que ele hoje tem pretextos para, de facto, continuar a tentar impedir que a Justiça funcione”, fundamentou.
Recorde-se que, dez anos depois da detenção de José Sócrates no aeroporto de Lisboa, o processo Operação Marquês deve ter finalmente andamento, depois do Tribunal da Relação mandar descer o processo imediatamente para julgamento.
Em reação a esta decisão, o ex-governante deu uma conferência de imprensa onde considerou a decisão de “infame”.
“Não pode haver julgamento sem pronúncia ou sem acusação”, disse.
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