“Não acreditados no acordo tal como foi negociado”, e fechado em 2019, afirmou Emmanuel Macron aos ‘media’ franceses em Buenos Aires, no final de uma visita à Argentina, durante a qual se encontrou com o presidente deste país, Javier Milei.
O acordo de livre comércio UE-Mercosul foi assinado em 2019, após muitos anos de negociação, mas tem sido bloqueado desde então pela oposição de alguns países europeus, e em particular em França, que procura agora formar uma coligação para vetar.
“França opõe-se a este acordo e digo-vos mais: O presidente Milei, ele mesmo, disse-me que não estava satisfeito” com este texto nem com o “atual funcionamento do Mercosul”, declarou Emmanuel Macron.
O presidente francês terá dito a Milei que o acordo “seria muito prejudicial para a reindustrialização [da Argentina] e muito mau” para a agricultura em França, dadas as preocupações, por exemplo, pela entrada no país de carne tratada com hormonas e antibióticos.
“Não podemos dizer aos agricultores franceses e europeus que mudem as suas práticas, que deixem de usar determinados produtos fitossanitários […] e ao mesmo tempo abrir os nossos mercados a importações massivas de produtos que não respeitam os mesmos critérios”, disse.
Macron responde assim, também para chegar aos sindicatos ligados ao setor agrícola franceses, que estão a preparar protestos para esta semana como forma de retomar revindicações de há um ano, em particular a oposição ao acordo UE-Mercosul.
Depois da visita à Argentina, Macron seguiu para o Rio de Janeiro, no Brasil, para participar na cimeira do G20.
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