“Uma agressão israelita atingiu Mazzé”, noticiou a Sana, referindo-se ao bairro da capital síria que alberga embaixadas, instituições de segurança e a sede da ONU.
O OSDH afirmou que o ataque visava um complexo residencial reservado ao pessoal militar.
No dia anterior, 13 pessoas, incluindo sete civis, foram mortas em ataques semelhantes que destruíram três edifícios no mesmo bairro, afirmou o OSDH, que dispõe de uma vasta rede de fontes na Síria.
Outros ataques contra “um complexo residencial habitado por palestinianos” na cidade de Qoudsaya, nos arredores de Damasco, fizeram dez mortos, informou a organização.
As dez pessoas mortas em Qoudsaya eram membros da Jihad Islâmica, uma milícia armada palestiniana ativa na Faixa de Gaza, segundo a ONG sediada no Reino Unido.
Israel intensificou os seus ataques em território sírio nas últimas semanas, a par da ofensiva contra o movimento islamita palestiniano Hamas na Faixa de Gaza e o grupo xiita Hezbollah no Líbano.
“Israel está a intensificar os seus ataques contra a Síria, depois dos grandes ataques em Gaza e no Líbano”, afirmou o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahmane.
“Os ataques têm como alvo todos aqueles que estão ligados ao eixo iraniano”, acrescentou, referindo-se aos aliados de Teerão.
Estes ataques, “em zonas onde o Hezbollah e os grupos pró-iranianos estão estabelecidos, são uma mensagem para o Irão e para o Hezbollah: vamos perseguir-vos em todo o lado, mesmo na Síria”, adiantou.
Desde 2011, Israel raramente reivindicou ataques na Síria que visam as forças do regime sírio ou os seus aliados pró-iranianos, em particular o Hezbollah, mas nos últimos dias o exército tem emitido declarações ocasionais sobre as suas incursões.
O exército israelita confirmou na quinta-feira os ataques na Síria contra os “centros de comando” da Jihad Islâmica.
O exército recordou que a Jihad Islâmica participou, juntamente com os comandos do Hamas, no ataque sem precedentes contra o território israelita a partir de Gaza, em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e fez mais de duas centenas de reféns.
O movimento “ajuda o Hezbollah no sul do Líbano, com o objetivo de atacar Israel”, refere o comunicado de imprensa do exército israelita.
Os ataques de quinta-feira coincidiram com uma visita a Damasco do alto funcionário iraniano Ali Larijani, conselheiro do líder supremo do Irão, ayatollah Ali Khamenei.
Para além da guerra contra o Hezbollah no Líbano, o exército israelita intensificou os ataques na Síria contra este movimento pró-iraniano.
Israel bombardeou zonas fronteiriças no oeste da Síria, perto da fronteira com o Líbano, alegando visar as infra-estruturas do Hezbollah, acusado de transferir para o outro lado da fronteira armas fornecidas pelo Irão.
Desde o início da guerra no Líbano, a 23 de setembro, Israel efetuou 28 ataques contra a região fronteiriça de Qousseir, na Síria, segundo Abdel Rahmane.
A campanha de bombardeamento maciço de Israel contra o Líbano já causou a morte de 3.300 pessoas e obrigou 1,2 milhões a abandonar as suas casas devido à violência, a maior parte desde setembro.
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