A líder da extrema-direita francesa, Marine Le Pen, acusou, esta sexta-feira, o Ministério Público de Paris de a querer condenar a uma “sentença de morte política”, após ter pedido uma pena de cinco anos de prisão e inelegibilidade em futuras eleições por alegado desvio de fundos europeus para o seu partido, o União Nacional (RN).
“É a minha morte política que está a ser exigida”, disse a política em entrevista à estação francesa TF1. “Esta acusação é revoltante. É profundamente ultrajante. Exigem condenações desproporcionais, chegando a pedir contra mim a pena de morte política com execução provisória”.
Já na rede social X, Le Pen afirmou que a sua “sobrevivência política dependerá do facto de esta sentença de morte política ser cumprida, com execução provisória ou não”.
“É esse, creio eu, o objetivo desta operação, que foi lançada por adversários políticos”, atirou.
C’est ma mort politique qui est réclamée.
Ma survie politique dépendra de la mise en œuvre de cette condamnation à la mort politique, avec exécution provisoire ou non. C’est le but, je le crois, de cette opération qui a été lancée par des adversaires politiques. pic.twitter.com/0LBSg3y7w5
— Marine Le Pen (@MLP_officiel) November 15, 2024
Muitas figuras políticas francesas, incluindo o ex-ministro do Interior Gérald Darmanin, do partido do Presidente Emmanuel Macron, manifestaram reservas quanto à ideia de uma sentença de inelegibilidade com efeitos imediatos.
“Na realidade, percebi que não era o litigante que estava a ser julgado, era o alvo político que estava a ser julgado”, protestou Le Pen, que surgiu ao lado de outros 24 arguidos, suspeitos de terem contratado assistentes de eurodeputados cujas missões eram, de facto, exclusivamente dirigidas ao partido de extrema-direita.
Marine Le Pen rejeitou ainda qualquer tentativa de “pressionar o sistema judicial”, tendo em conta que o seu partido, o União Nacional, lançou uma petição ‘online’ para protestar contra as penas pedidas pela acusação.
“Nunca na minha vida” o faria, garantiu.Na quarta-feira, o Ministério Público francês pediu cinco anos de prisão e uma pena de inelegibilidade em futuras eleições contra os arguidos do processo de assistentes parlamentares fictícios da extrema-direita, incluindo a sua líder Marine Le Pen.
A confirmar-se a pena pedida pelo Ministério Público, Marine Le Pen fica impedida de concorrer às próximas eleições presidenciais francesas, agendadas para 2027. A líder da extrema-direita francesa foi a segunda classificada em relação a Emmanuel Macron nas eleições presidenciais de 2017 e 2022 e já revelou a intenção de se candidatar novamente pelo seu partido.
Sublinhe-se que o RN, anteriormente designado Frente Nacional, e 24 dos seus dirigentes estão a ser julgados por alegadamente terem usado dinheiro destinado a assessores parlamentares da União Europeia (UE) para pagar a funcionários que trabalharam para o partido entre 2004 e 2016, em violação dos regulamentos do bloco europeu.
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