Catarina Martins, eurodeputada do Bloco de Esquerda (BE), acusou a direita de estar “distraída” e “entretida a inventar guerras culturais”, numa crítica ao Governo pela resposta à crise do INEM, mas também pela decisão tomada no que diz respeito à cor do Boletim de Saúde Infantil e Juvenil .
“Marcar uma reunião para evitar greve no INEM? Duas semanas. Dar uma ordem à DGS para evitar mudar a cor dos boletins de saúde das crianças? Nem dois dias”, começou por escrever a bloquista, numa publicação divulgada na rede social X (antigo Twitter).
“A direita sempre tão distraída das vidas e tão entretida a inventar guerras culturais. E acordar?”, acrescentou.
Recorde-se que, na segunda-feira, a diretora-geral da Saúde, Rita Sá Machado, anunciou que o Boletim de Saúde Infantil e Juvenil passaria a ser amarelo para todas as crianças. Contudo, apenas um dia depois, a Direção Geral da Saúde (DGS) enviou um comunicado às redações a dar conta que “por decisão do Ministério da Saúde” as cores dos boletins em questão iriam continuar a ser rosa para raparigas e azul para rapazes.
Por outro lado, o INEM vive uma crise, nomeadamente devido às falhas no socorro que já serão responsáveis por 11 mortes nas últimas semanas, na sequência da greve de uma semana às horas extraordinárias dos técnicos de emergência pré-hospitalar, que pedem a revisão da carreira e melhores condições salariais.
A greve foi suspensa na passada quinta-feira, dia em que a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, convocou o Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH) para uma reunião, a qual levou à assinatura de um protocolo negocial com a tutela.
Marcar uma reunião para evitar greve no INEM? Duas semanas. Dar uma ordem à DGS para evitar mudar a cor dos boletins de saúde das crianças? Nem dois dias. A direita sempre tão distraída das vidas e tão entretida a inventar guerras culturais. E acordar?
— Catarina Martins (@catarina_mart) November 12, 2024
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