Nenhum adepto do Sporting (e não só) esquecerá. As expectativas eram grandes e o emblema leonino tratou de convertê-las em algo glorioso. A goleada frente ao Manchester City, por 4-1, foi alcançada com uma épica reviravolta, esta terça-feira, dignificando uma despedida de Amor(im) em Alvalade, para aquele que será o novo treinador do Manchester United… ms só daqui a uns dias.
Rúben Amorim considerou que o incrível triunfo na Liga dos Campeões “estava escrito” e, atendendo ao rumo dos acontecimentos, não é admirar que tenha razão. E pode-se mesmo dizer que ‘tudo um intervalo mudou’, mas vamos por partes.
Já depois das homenagens ao treinador de 39 anos, desde a prenda de Frederico Varandas no relvado à enorme tarja nas bancadas, Phil Foden começou por silenciar os adeptos leoninos bem cedo (4′), mas a partida não tardaria em tomar outro rumo. E que rumo! Ainda antes do intervalo, Viktor Gyokeres redimiu-se de um falhanço madrugador e empatou (38′), provocando a primeira ‘explosão’ de alegria.
O discurso de Rúben Amorim ao intervalo terá funcionado na perfeição. Logo na primeira jogada do segundo tempo, Maxi Araújo beneficiou de um passe de Pedro Gonçalves e deu a ‘cambalhota’ (46′), sendo que, imediatamente a seguir, um penálti permitiu o bis de Gyokeres (48′) a tranquilizar os leões, pelo menos até um ligeiro ‘susto’.
O VAR alertou o árbitro Daniel Siebert para uma mão de Diomande na bola e, assim que Erling Haaland pegou na bola, muitos terão pensado que, dali, vinha o início de uma reação ‘à Manchester City’. Mas não. O goleador dos campeões ingleses atirou à barra e, do outro lado do campo, Gyokeres mostrou como se faz, novamente num penálti (81′), rubricando um hattrick histórico.
Está claro que, quase cinco anos depois, Rúben Amorim dificilmente poderia ter pedido melhor despedida, sendo de registar que ainda foi atirado ao ar. O Sporting passa a ter 10 pontos na prova milionária, na partilha do segundo lugar com o AS Monaco (apenas atrás do imparável Liverpool), mas o ‘adeus’ definitivo ao treinador de 39 anos só acontecerá no próximo domingo, na Pedreira, frente ao Sporting de Braga. Depois disso, no dia 11 de novembro, há caminhos diferentes a seguir… e toda uma história que não se apagará.
Vamos então às notas da partida:
Figura
É mesmo verdade que Viktor Gyokeres ‘devorou’ o Manchester City. O avançado sueco fez o que quis da defesa adversária e rubricou um histórico hattrick na Liga dos Campeões, mas bem que podia ter chegado facilmente à mão cheia de golos. Já depois de um falhanço madrugador, Gyokeres reagiu ao fazer o empate e ainda viria a converter duas grandes penalidades com sucesso, mostrando a Erling Halaand como ‘fuzilar’ as redes na hora de cobrar castigos máximos. Nove golos nos últimos três jogos dizem tudo, certo?
Surpresa
Geovany Quenda continua a dar que falar e, ao terceiro jogo a titular na Liga dos Campeões, com apenas 17 anos, estreou-se a assistir pelo Sporting, estando na origem, incontornavelmente, do início daquela que seria uma remontada épica da sua equipa. Durante os 85 minutos em que esteve em campo, o jovem ala deu tudo em campo, ganhou vários duelos frente a jogadores com outras andanças no mundo do futebol e mostrou como é possível ‘perfumar’ a prova milionária, mesmo em tenra idade.
Desilusão
Erling Haaland é, sem sombra de dúvidas, um dos melhores jogadores do mundo, com um faro goleador que faz inveja a qualquer um, porém, em Alvalade, acabou por colocado ‘no bolso’ da defesa leonina. O avançado norueguês ainda teve uma ou outra oportunidade para assustar Franco Israel, mas vacilou na pior hora de todas, quando falhou uma grande penalidade, com uma bola à barra aos 69 minutos, impedindo que o jogo fosse relançado. Seria o 3-2, mas acabou num 4-1. Uma noite para esquecer.
Treinadores
Rúben Amorim já tinha provas dadas antes de ser oficializado como novo treinador do Manchester United, mas nem por isso voltou a deixar de dar uma lição tática e, acima de tudo, de personalidade. O treinador do Sporting não perdeu o foco e guiou a sua equipa a uma noite inesquecível para os adeptos, mostrando que até aquela épica reviravolta, após um mau arranque, parecia estar escrita. O discurso ao intervalo terá sido a chave… e a despedida de Alvalade dificilmente poderia ter sido melhor.
Pep Guardiola começou por festejar com os punhos bem cerrados, mas viria a acabar o encontro em Alvalade com o rosto algo perplexo, na sua (incomum) terceira derrota consecutiva. O técnico espanhol não viu o Manchester City chegar ao segundo golo e, assim que sofreu o temível empate, ‘desmoronou’ por completo, sobretudo após o intervalo. O confronto não foi inédito, mas Guardiola já terá ficado com o ‘aviso’ de Rúben Amorim para o impacto que poderá ter na Premier League.
Árbitro
Daniel Siebert protagonizou uma arbitragem segura e sem impacto no resultado. Já depois de um primeiro tempo ligeiramente mais tranquilo, o árbitro alemão não hesitou em apontar duas grandes penalidades (bem assinaladas) a favor do Sporting, tenso sido ainda alertado pelo VAR para marcar, pelo meio, um penálti para o Manchester City.
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