Na intervenção de encerramento do debate orçamental, a porta-voz do PAN, Inês Sousa Real, defendeu que as medidas que têm sido anunciadas pelo executivo não se “traduzem na melhoria da qualidade de vida dos concidadãos”, nomeadamente de proteção animal.
Para o PAN, consta na proposta orçamental uma “trapalhada” em relação ao bem-estar dos animais à qual o Governo respondeu procurando “justificar o injustificável”. Apesar disso, defendeu Sousa Real, o parlamento vai a tempo de “corrigir este erro” na especialidade.
“A proteção animal ficou de fora do orçamento, um erro que tem de ser corrigido, pois já setores como o da caça não saíram da mira do orçamento e com isso a garantia de que não lhes faltava dinheiro. Mas já para as pessoas que protegem os animais, para aqueles que trabalham e que precisam destas verbas para garantir uma sociedade mais empática e de maior respeito, nada, zero”, disse.
A líder do PAN sublinhou, porém, o que disse ser o compromisso conseguido com o Governo ao longo destes dois dias de debate orçamental para que “não se deem passos atrás que deitam fora oito anos de trabalho” ao nível da proteção animal.
Inês Sousa Real lembrou ainda as cheias que têm assolado Espanha, referindo-as como um exemplo das alterações climáticas a “baterem à porta da forma mais trágica” enquanto o Governo “recusa as alterações climáticas”.
A líder do Pessoas-Animais-Natureza afirmou também que o atual Governo é o “último com poder para fazer alguma coisa pelo combate às alterações climáticas antes do ponto de não retorno”, referindo que essa “não é uma proposta irrecusável, mas um facto incontestável”.
Cabe ao Governo, defendeu Inês Sousa Real, a “grande responsabilidade que não está espelhada neste Orçamento” de dar resposta às alterações climáticas.
“É impossível não nos sentirmos preocupados com o futuro que está reservado seja para o combate às alterações climáticas ou para a proteção animal”, afirmou a porta-voz do PAN.
Sousa Real lamentou ainda o que diz ser “a falta gritante de medidas que ajudem a pagar a sua prestação e a diminuir o custo da habitação”, bem como a não redução do IVA dos cuidados médicos veterinários na proposta orçamental para 2025.
“Não é este o país que nós queremos, sr. primeiro-ministro. Queremos um país comprometido com a agenda da economia verde, comprometido com a empatia de todos os seres, mas também um país onde a dignidade e a inclusão sejam uma resposta para os nossos concidadãos. Por isso mesmo e porque este orçamento não é o orçamento que achamos que deve corresponder à agenda do século XXI, o PAN vai votar contra”, concluiu.
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