Hugo Soares falava no encerramento do debate parlamentar na generalidade da proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2025 e abriu a sua intervenção com esta referência ao discurso momentos antes feito por André Ventura.
“Senhor deputado André Ventura, por uma questão de decência quero dizer-lhe o seguinte: Tanto quanto consegui apurar confundiu de propósito subsídio de morte e subsídio de funeral”, declarou.
Depois, Hugo Soares deixou uma crítica direta a André Ventura: “O que aqui fez foi absolutamente deplorável do ponto de vista político”.
De acordo com o presidente do Grupo Parlamentar do PSD, o subsídio de funeral é uma prestação de concessão única para compensar as despesas efetuadas com o funeral de um familiar ou de qualquer outra pessoa.
“Para ter direito ao subsídio, o cidadão tem de ser residente em Portugal ou equiparadas a residentes ou pertencer a um país ao qual Portugal tem um acordo para estas situações.
O presidente do Chega, no seu discurso, tinha afirmado que o Estado se recusa a pagar subsídios a crianças que morrem para lhes pagar o funeral, porque “nunca pagaram nem descontaram para a Segurança Social”, contraponto com os “subsídios dados a minorias” e imigrantes.
“Miseráveis os que apoiaram durante 40 anos este sistema”, defendeu.
Perante o desmentido de Hugo Soares, já no final do debate, mesmo antes da votação, o presidente do Chega voltou a pedir a palavra para insistir na sua tese, alegando informação recolhida no site da Segurança Social.
Antes, o líder do Chega tinha já provocado um incidente nesta sessão de encerramento do debate do Orçamento, quando referiu que a proposta em apreciação traz “mais multas de trânsito, mais impostos sobre o consumo”.
“É um governo que é tão ladrão quanto era o ladrão anterior”, disse — palavras logo a seguir advertindo pelo presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco.
Hugo Soares, no seu discurso, visou por várias vezes o Chega, partido que vota contra na generalidade a proposta de Orçamento. Logo no início da sua intervenção, o presidente do Grupo Parlamentar do PSD deixou a seguinte crítica: “Quem não convive de forma sã com os cumprimentos e a responsabilidade democrática não tem a maturidade para pôr o interesse nacional à frente dos interesses meramente partidários”.
“Pode ser que se enganem”, concluiu.
[Notícia atualizada às 23h35]
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