“Não fazemos uma residência onde queremos”, afirmou hoje o ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre, referindo-se ao projeto que previa transformar o antigo edifício do Ministério na Avenida 5 de Outubro, numa residência para centenas de estudantes.
“Já desafiei a Câmara Municipal de Lisboa e a Universidade de Lisboa e todos me dizem o mesmo: Não é um espaço adequado para residência”, disse Fernando Alexandre, durante o debate parlamentar sobre política setorial do seu ministério, deixando um desabafo sobre o projeto: “Parece ter sido uma má escolha”.
Há cerca de cinco anos, o então Governo anunciou que o edifício que, durante meio século tinha acolhido os serviços do ministério da Educação, seria transformado numa nova residência para cerca de 600 alunos do ensino superior, com quartos a rondar os 200 euros.
Os serviços do Ministério da Educação foram transferidos para a Avenida Infante Santo, para que as obras pudessem começar, segundo um projeto que previa que a nova residência começasse a funcionar em 2025.
As obras nunca começaram e o edifício de 13 andares permaneceu fechado. Hoje, no parlamento, Fernando Alexandre defendeu que “era extraordinário ter esses quartos todos para os estudantes, mas têm um preço absurdo por quarto”.
À Lusa explicou que em causa está o “preço muito caro” das obras e o facto de o projeto “não ser adequado” em termos arquitetónicos.
As obras iriam contar com verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) mas já foram “reafetadas para outras residências”, avançou ainda à Lusa o ministro, garantindo desconhecer qual será a futura utilização do espaço.
A readaptação do edifício da avenida 5 de Outubro numa residência estudantil fazia parte do Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior (PNAES), lançado pelo anterior Governo, que prevê a reabilitação de 250 imóveis.
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