“Não posso fazer previsões, mas posso dizer que há uma vontade política. A Albânia tem todo o potencial para ser um dos favoritos, juntamente com o Montenegro. Mas tudo vai depender da concretização das palavras com ações”, disse Silvio Gonzato, durante uma conversa com jornalistas sobre o processo de adesão da Albânia à UE.
No passado, continuou o embaixador, a história era diferente, a adesão “não era considerada uma causa perdida, mas também não havia tração”.
Nos últimos anos a Albânia “demonstrou boas capacidades administrativas, veio para reuniões [com a UE] bem preparada e de uma maneira profissional, até o primeiro-ministro [Edi Rama, desde 2013] reconheceu que estava surpreendido”, acrescentou Silvio Gonzato.
O processo de adesão ao bloco político-económico é baseado no mérito e no cumprimento de reformas que a Comissão Europeia impõe, nomeadamente alterações estruturais ao tecido socioeconómico do país, que inclui, por exemplo, demonstrar que o Estado de direito é cumprido.
“[A Albânia] chegou a um ponto em que os Estados-membros estão satisfeitos com a abertura das negociações” em outubro, reconheceu o embaixador.
“Querem estar prontos para aderir em 2030”, sustentou o diplomata.
Mas pode haver contratempos, nomeadamente a destabilização do trabalho parlamentar por parte da oposição: “Estas reformas são importantes e têm de ser discutidas com as pessoas e graças a alguns compromissos a oposição aceitou, mas a situação pode agravar-se novamente.”
Recordando que a comissão parlamentar para o processo de adesão à UE é liderada por um elemento da oposição, Silvo Gonzato receia que a polarização política “impeça o parlamento de levar a cabo” as negociações.
Mas reconheceu que “há um consenso multipartidário” sobre a adesão, “é praticamente o único ponto em que estão de acordo”, já que a “Albânia não tem plano B”.
Leia Também: Quatro países europeus vão pedir fundos à UE para reforço das fronteiras