Após chegar no sábado à capital haitiana, Porto Príncipe, Ruto revelou que o país africano irá enviar mais 300 soldados em outubro e o mesmo número chegará em novembro.
“As tropas que temos no Haiti não são suficientes. Devíamos ter 2.500 homens e mulheres nesta força. Só temos 400. Também temos problemas logísticos. Faltam recursos. Não temos ferramentas suficientes para continuar o trabalho”, admitiu o Presidente do Quénia.
Mas “há boas notícias. Muitos mais países estão a começar a comprometer-se a ajudar o Haiti. Haverá um destacamento de outros 20 países que se comprometeram a enviar pessoas para se juntarem à força multinacional”, sublinhou Ruto.
No início de setembro, cerca de duas dezenas de polícias e soldados da Jamaica chegaram ao Haiti.
A missão deverá atingir 2.500 operacionais. Bahamas, Bangladesh, Barbados, Benim e Chade já se comprometeram a enviar polícias e soldados, embora não seja claro quando isso poderá acontecer.
Ruto defendeu que o Haiti registou “muitos progressos” nos três meses após o envio da missão apoiada pela ONU.
Os militares já conseguiram garantir muito mais segurança no aeroporto, no Palácio Nacional, no Hospital Universitário do Estado do Haiti, na Academia de Polícia e também nos portos, sublinhou o Presidente queniano.
Ruto falava numa conferência de imprensa, acompanhado do presidente do Conselho Presidencial de Transição haitiano, Edgard Leblanc Fils.
Leblanc Fils disse que a missão “começou a dar resultados”, mas que “é necessário reforçar a missão aumentando o número de tropas e equipamento, para que possa atingir o seu objetivo e permitir ao Estado retomar a responsabilidade pela segurança do país após este apoio”.
Na sexta-feira, o enviado da ONU para os direitos humanos no Haiti, William O’Neill, disse que a população do Haiti “continua a sofrer a violação de todos os seus direitos humanos”.
O’Neill disse que “a violência sexual, usada como arma pelos gangues para controlar a população, aumentou drasticamente nos últimos meses”.
Os grupos dedicam-se também, de forma crescente, “ao tráfico de crianças, aos recrutamentos forçados e à sua utilização em ataques contra instituições públicas e operações de controlo”, acrescentou o enviado da ONU
Em 16 de setembro, o secretário-geral da ONU, o português António Guterres, considerou “absolutamente inaceitável” a falta de contribuições para financiar a missão no Haiti.
A missão multinacional deverá custar cerca de 600 milhões de dólares (537 milhões de euros) por ano, embora a ONU tenha recebido apenas 68 milhões de dólares (61 mihões de euros) até agora.
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