“É uma ambição de toda a nossa comunidade. Não é [só] uma ambição do presidente do Conselho de Administração (CA), mas é, acima de tudo, uma aspiração de toda a comunidade em que a Unidade Local de Saúde está envolvida, sejam das autarquias, dos cidadãos, das instituições de solidariedade social ou do terceiro setor”, sublinha o presidente do CA da ULSAAVE.

Em entrevista à agência Lusa, cerca de mês e meio após assumir o cargo, na sequência da reorganização do Serviço Nacional de Saúde (SNS), Pedro Cunha lembra o esforço que a região tem feito ao longo dos tempos em “receber e oferecer ensino universitário” a mais de 38 instituições.

“O que quer dizer que recebemos mais de 1.500 alunos das diferentes profissões de saúde, que oferecemos mais de 700 estágios, quer nas profissões de saúde quer nas áreas conexas à saúde. E que esse esforço, que está agora a ser expandido a toda a nossa área de influência da Unidade Local de Saúde é, em si, por ser repetido ao longo dos anos, uma forma de reconhecimento da qualidade do ensino universitário que nós aqui fazemos”, frisa o médico de profissão.

Para o presidente do CA da ULSAAVE, que resultou da junção do Hospital Senhora da Oliveira (Guimarães) e do Agrupamento de Centros de Saúde (ACeS) do Alto Ave, abrangendo Guimarães, Vizela, Fafe e Terras de Basto (Cabeceiras, Celorico, e Mondim), se existe esse reconhecimento técnico e da competência por parte das instituições académicas que continuamente ali colocam os seus alunos para prosseguirem a sua formação, falta agora o reconhecimento formal.

“Da tutela, de quem é responsável por isso, de que, de facto, aqui se faz ensino de qualidade, em particular quando estamos envolvidos numa estratégia de formação de toda uma região que, direta ou indiretamente, atrai mais de 500.000 pessoas. (…) E, portanto, isso tudo que nós trabalhamos, dia após dia, e contribuir para que, de uma forma legítima e fundamentada, possamos aspirar a que esta unidade de saúde seja reconhecida como uma unidade universitária, a exemplo de tantas outras que também mereceram”, defende Pedro Cunha.

Questionado sobre se ficaria satisfeito se a Universidade do Minho (sediada em Braga) abrisse a porta a essa ambição, o reponsável destaca que o mais importante é efetivamente a ULSAAVE obter esse reconhecimento.

“Ficaria satisfeito se a Unidade Local de Saúde recebesse esse reconhecimento. A Universidade do Minho é, sem dúvida nenhuma, uma estrutura com quem temos colaborado de uma forma direta e intensa ao longo dos anos e são os nossos principais parceiros. E penso que é importante, seria importante, se houvesse uma estratégia que pudesse englobar as duas instituições para que nós pudéssemos ser dessa forma, reconhecidos”, defende Pedro Cunha.

O presidente do CA dá ainda conta de que a Unidade Local de Saúde do Alto Ave (ULSAAVE) tem avançado, não só do ponto de vista académico, mas também ao nível da investigação clínica, dos ensaios clínicos e de inovação em desenvolvimento, o que já valeu vários prémios e a recertificação pela Agência de Inovação Nacional.

“Mais um aspeto que contribui para o desenvolvimento da região numa estratégia de captação de ensaios clínicos e de toda a envolvente, não só no domínio do aparecimento de medicamentos inovadores, de capacidades e de potenciação do tratamento diferenciado para a população que servimos, mas também na capacidade de atrair outras instituições de ensino, de investigação e de inovação que contam connosco como o seu parceiro”, sublinha Pedro Cunha.

A ULSAAVE é uma das 14 ULS da região de saúde do Norte.

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