“O objetivo da aquisição destas 48 novas viaturas elétricas é cumprir com a descarbonização, que assumimos com os nossos acionistas, da nossa frota”, disse hoje aos jornalistas, dentro de um novo autocarro Zhongtong, a presidente da STCP, Cristina Pimentel.

A responsável falava após uma cerimónia de apresentação dos veículos, que decorreu hoje na estação de recolha da Via Norte da STCP, em São Mamede de Infesta, concelho de Matosinhos, em que também já estão instaladas 24 novas estações de carregamento dos autocarros, que terão uma autonomia de 350 quilómetros, suficiente para operarem “todo o dia”, segundo Cristina Pimentel.

Na apresentação, foi salientado que os novos veículos, cujo investimento rondou os 20 milhões de euros, representarão uma poupança de um milhão de euros por ano em gasóleo, bem como evitarão a emissão de 4.000 toneladas de dióxido de carbono por ano.

“Com a aquisição destes 48 autocarros, a frota da STCP é aumentada para 444 autocarros, retirando ao serviço 24 autocarros a gasóleo”, disse ainda a responsável da empresa cuja maioria do capital é detida pelo município do Porto.

Cristina Pimentel vincou ainda o objetivo de “chegar a 2027 com 50% da frota já elétrica e a restante frota será a gás natural”, mas vincou que neste momento este combustível “já tem a possibilidade de introduzir biometano”, algo que a STCP já está a fazer em 15%.

“Com o aumento dessa possibilidade, podemos, eventualmente, chegar a 2030 e cumprir com o requisito” de ter uma frota neutra em emissões de dióxido de carbono, frisou.

A entrada ao serviço dos novos autocarros, sobretudo nas linhas para Valongo, Gondomar e Gaia, bem como nalgumas do Porto, coloca ainda desafios em termos do recrutamento de motoristas, mas Cristina Pimentel frisou que a empresa tem de conseguir contratar.

“Temos nos nossos quadros 960 motoristas, e estamos permanentemente em contratação. Temos que o conseguir. Temos que cumprir o contrato que temos com os nossos acionistas”, vincou.

Precisamente, cerca de meia centena de motoristas esteve hoje concentrada à porta da estação de recolha da Via Norte, à margem da cerimónia, num movimento espontâneo e inorgânico de protesto por melhores condições de trabalho, bem como de aumentos salariais.

“Estamos aqui todos juntos a manifestar-nos derivado da falta de condições de trabalho, aos ordenados, aos descansos. Nós temos tanta coisa para reivindicar e a empresa, a única coisa que quer passar para fora, é esta imagem de que está tudo bem, tudo maravilhoso, que não se passa nada”, disse aos jornalistas Rui Silva, porta-voz do grupo.

Entre as principais críticas dos motoristas estão a falta de diálogo com a administração, baixos salários, horários irregulares ou falta de representatividade por parte das estruturas sindicais.

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