“Quanto mais tempo perdemos a falar dos cenários, menos tempo temos para falar das respostas concretas, e há muitos partidos que querem fugir a esse debate. Preferem falar no debate dos cenários e não das respostas concretas”, afirmou o líder comunista, após um encontro com a Confederação do Desporto de Portugal, na sede do partido, em Lisboa.

Sem se querer desviar do que considera fundamental para a população, Paulo Raimundo reiterou que “aquilo que vai determinar o futuro é o resultado que o PCP/CDU tiver” nas eleições de 10 de março e não os cenários que se preveem hoje, criticando as “horas e horas” de debate “sobre expressões, o que foi dito, o que não foi dito” em vez dos problemas dos cidadãos.

“Tal como em outros momentos da história, aquilo que a CDU fará com o resultado que tiver é garantir que há resposta aos salários, ao Serviço Nacional de Saúde, à legislação laboral, ao drama da habitação, às necessidades deste plano desportivo nacional que queremos implementar no nosso país… é para isto. Com a garantia de que quem votar na CDU, connosco nunca haverá possibilidade de um retrocesso na política que nos volte a colocar naqueles sombrios tempos da ‘troika'”, acrescentou.

Sobre o debate de hoje à noite com os líderes dos outros partidos, o secretário-geral do PCP assumiu a intenção de “contribuir para o esclarecimento” e a expectativa de que se centre no que considera fundamental para o país, como “o aprofundamento da democracia, as questões dos salários, do SNS” ou os problemas que afetam as pessoas.

Questionado se o debate pode ser decisivo para os eleitores indecisos, Paulo Raimundo frisou que os debates deveriam ter um papel de esclarecer e “não tanto de baralhar mais” e preferiu valorizar o contacto direto que tem tido com a população.

“Tudo aquilo que estamos a fazer contribui para esclarecer e, esclarecendo, contribui para que a taxa de indecisos diminua; e em função dessa diminuição, que reforce e alargue a confiança na CDU. É possível ter um grande resultado eleitoral que condicione as opções futuras”, disse, enaltecendo os “contactos muito vivos e entusiasmantes” dos últimos dias na região Norte.

Num dia em que arranca o congresso da CGTP, com a saída da secretária-geral, Isabel Camarinha, e a sua substituição no cargo por Tiago Oliveira, o líder comunista destacou o evento como um “momento alto da democracia e do movimento sindical”.

Com a esperança de um reforço da capacidade reivindicativa e da ação sindical, Paulo Raimundo deixou ainda um elogio a Isabel Camarinha “pelo papel importantíssimo que teve neste período enquanto secretário-geral”, além de “sucessos para os novos órgãos de direção”.

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