O presidente do Observatório de Segurança Interna (OSI), Hugo Costeira, considerou, esta quarta-feira, que a desmobilização das forças de segurança para o Capitólio na segunda-feira era “demasiado expectável”.

“Acho que era demasiadamente óbvio que o debate [entre Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro] a ser feito naquele local e àquela hora, tão próximo de uma manifestação autorizada, a um grupo de elementos da nossa sociedade que estão frustrados e desesperados com ausências de respostas, era expectável que eles quisessem demonstram a sua tristeza às duas pessoas que de um deles sairá uma nomeação para primeiro-ministro”, defendeu, em declarações à SIC Notícias.

A situação, que aconteceu após uma manifestação das autoridades no Terreiro do Paço, em Lisboa, resultou na abertura de um inquérito por parte da Inspeção-Geral da Administração Interna, anunciada hoje.

“Não sei até que ponto é que foi um protesto, ou se foi uma concentração espontânea de polícia”, apontou ainda o responsável.

Hugo Costeira considerou também que perante a situação é “completamente extemporâneo que se comece uma caça às bruxas” aos agentes que manifestaram. Ainda em declarações à emissora, Costeira referiu que os protestos têm sido feitos tanto com “dignidade” como com “respeito”. Cantam o hino nacional, não os vemos a ter atitudes agressivas para com os transeuntes”, observou.

A abertura do inquérito foi anunciada hoje, e, segundo a inspetora-geral da Administração Interna, Anabela Cabral Ferreira, foram pedidas de informações junto da Polícia de Segurança Pública e da Guarda Nacional Republicana sobre o desfile e a concentração de elementos daquelas forças de segurança na segunda-feira junto ao cineteatro Capitólio.

“A IGAI pediu à GNR e PSP que se articulem para apurar o que aconteceu”, afirmou a juíza desembargadora, avançando que é preciso saber se o protesto não autorizado foi organizado ou decorreu de forma espontânea.

Anabela Cabral Ferreira sublinhou que vai continuar a decorrer na PSP o processo de inquérito aberto pela inspeção desta polícia.

Leia Também: “Não será ação menos feliz que marca protesto das forças de segurança”

Compartilhar
Exit mobile version