O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros argentino, Leopoldo Sahores, e a secretária das Malvinas, Antártida e Atlântico-Sul, Paola Di Chiaro, transmitiram à diplomata britânica as “preocupações causadas” pela visita e pelos anúncios feitos nas últimas semanas, indicaram fontes do Ministério dos Negócios Estrangeiros argentino citadas pela agência de notícias Europa Press.

A visita de Cameron às ilhas Malvinas — a primeira de um ministro britânico desde 2016 — realizou-se depois de o Presidente argentino, Javier Milei, ter reivindicado a soberania do seu país sobre aqueles territórios.

O próprio Cameron afirmou, a partir das ilhas, que os habitantes do arquipélago poderão ali ficar “o tempo que quiserem” sob administração britânica.

“Espero que seja por muito tempo, possivelmente para sempre”, acrescentou Cameron, o que causou um profundo mal-estar na Argentina.

Posteriormente, Londres anunciou unilateralmente uma extensão da zona marítima protegida no sul do arquipélago, mais concretamente nas ilhas mais meridionais Geórgia do Sul e Sandwich do Sul, de cerca de 166 mil quilómetros quadrados, com o que somará 449 mil quilómetros quadrados em áreas protegidas e interditas à pesca em águas que a Argentina considera suas.

A disputa pela soberania do arquipélago das Malvinas — a que o Reino Unido chama Falkland — remonta ao século XIX e causou em 1982 uma guerra direta entre os dois países, após a invasão das ilhas ordenada pela junta militar que então governava o país sul-americano. A resposta militar britânica levou à rápida derrota e expulsão das tropas argentinas.

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