Em comunicado enviado à agência Lusa, a Zero alegou que, “para reduzir o consumo de combustíveis rodoviários expressivamente, é preciso um forte investimento na eletrificação dos subsetores cujos veículos têm uma intensa utilização”.

 

“É o caso dos táxis e TVDE [transporte individual de passageiros em veículos descaracterizados a partir de plataforma eletrónica], que transportam dezenas de pessoas por dia e circulam, em geral, mais de 50 mil quilómetros por ano”, realçou.

Em contrapartida, a associação sugeriu “o investimento de, pelo menos, 75 milhões de euros, no próximo ano, em incentivos à eletrificação do setor dos táxis e TVDE”, salientando que os impostos rodoviários deverão gerar receitas na ordem dos 5.200 milhões de euros, em 2025.

“O total dos incentivos à eletrificação de veículos com intensa utilização deve ascender a cerca de 780 milhões de euros — 15% dos impostos rodoviários –, com especial incidência nos pesados de passageiros e na logística”, defendeu.

A Zero assinalou que a atual proposta de Orçamento do Estado para 2025 “prevê apoios exíguos — cerca de 20 milhões de euros — para fazer face aos desafios da eletrificação do setor dos transportes terrestres”, o qual representa “cerca de 30% das emissões de gases com efeito de estufa”.

Segundo a associação ambientalista, que cita dados da Direção Geral de Energia e Geologia (DGEG), até agosto deste ano, o consumo de combustíveis rodoviários “teve uma redução de apenas 0,8% em relação ao período homólogo de 2023”.

Assim, frisou, torna-se “virtualmente impossível alcançar em 2024 a necessária redução de 5% das emissões no setor dos transportes para o colocar em linha com a trajetória” que permite atingir os objetivos do Plano Nacional de Energia e Clima (PNEC).

Para estes ambientalistas, que estima existirem entre 40 mil e 50 mil táxis e TVDE em circulação no país, “esta atividade complementa de forma significativa o transporte público regular, mas depende, em grande medida, das flutuações dos preços do gasóleo e de outros combustíveis.

“A Zero entende que este subsistema é fundamental para tornar os transportes coletivos mais resilientes e atrativos, devendo os modos partilhados integrar crescentemente os sistemas de passes metropolitanos, regionais e nacionais existentes”, disse.

Além disso, vincou, o setor deve “fazer parte de pleno direito de esquemas dirigidos às empresas, como o cartão de mobilidade, que deve substituir as ambientalmente regressivas reduções das tributações autónomas em sede de concertação social”.

Para isso, a associação ambientalista estabeleceu três prioridades, concretamente o reforço dos incentivos ao abate de veículos antigos, a instalação de carregadores rápidos nas praças de táxi e em locais de acesso exclusivo a este tipo de veículos e criação de uma tarifa elétrica específica para táxis e TVDE.

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