“A posição da Hungria é importante para nós em termos de aproximar a paz e a nossa segurança regional comum”, realçou Zelensky, numa publicação nas redes sociais sobre a conversa telefónica, que representa um dos primeiros contactos diretos que ambos os líderes tiveram desde o início da invasão russa da Ucrânia.

Kyiv procura obter o apoio do maior número possível de países para a sua fórmula de paz, um documento que exige a retirada das tropas russas de todo o território ucraniano. A cimeira decorrerá em 15 e 16 de junho na Suíça.

Desde o início da invasão em grande escala da Ucrânia pela Rússia, Orbán opôs-se abertamente ao armamento de Kyiv e defendeu uma solução negociada para o conflito que Zelensky rejeitou categoricamente, por envolver a concessão de território à Rússia.

O primeiro-ministro húngaro também demonstrou relutância em relação à abordagem de Kyiv à União Europeia (UE), invocando alegados abusos que a minoria húngara na Ucrânia está a sofrer.

“Sublinhei o interesse da Ucrânia numa relação de boa vizinhança com a Hungria, bem como no desenvolvimento da cooperação no comércio, energia e logística”, referiu ainda Zelensky sobre esta conversa.

O Presidente ucraniano explicou ainda que coordenou com Orbán “os próximos passos para resolver” as questões bilaterais controversas entre os dois países. Além disso, ambos os líderes falaram sobre a integração europeia da Ucrânia.

A ideia da cimeira surgiu na sequência da visita de Estado de Zelensky à Suíça, em janeiro, embora não seja a primeira vez que a Confederação Helvética acolhe um evento de alto nível dedicado à Ucrânia, neste caso na sequência da invasão russa.

Em julho de 2022, a Suíça organizou uma conferência dedicada ao planeamento da reconstrução e do desenvolvimento da Ucrânia no pós-guerra, na qual participaram 58 delegações nacionais, bem como o setor privado e a sociedade civil.

A fórmula de paz de Zelensky baseia-se no pressuposto de que a solução para o atual conflito com a Rússia surgirá quando Moscovo abandonar os territórios ucranianos que ocupa e a soberania e a integridade territorial da Ucrânia forem restauradas.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e “desnazificar” o país vizinho, independente desde 1991, após a desagregação da antiga União Soviética, e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os dois beligerantes mantêm-se irredutíveis nas suas posições territoriais e sem abertura para cedências negociais.

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