Em conferência de imprensa, no parlamento, André Ventura considerou que Montenegro acha que está “numa redoma de vidro e que vai seguir o caminho que tem que fazer”.

 

Para o líder do Chega, esta atitude do chefe do executivo “é um erro” que “vai pagar politicamente”.

“Se o Governo mesmo assim acha que pode passar por isto entre os pingos da chuva, esperar pela próxima polémica […] é um mau precedente para a responsabilização política em Portugal, porque significa que podemos ter mortes de inocentes e a vida continua amanhã com uma polémica qualquer. Não, nós não vamos deixar passar isto, é muito grave o que aconteceu, acho que o primeiro-ministro tem que retirar daqui consequências políticas”, defendeu.

André Ventura considerou que Luís Montenegro tem de “meter a mão na consciência e perceber que tem de fazer essas alterações”, nomeadamente a substituição da ministra da Saúde.

“Nós temos assistido a um Governo cada vez mais incapaz de lidar com aquilo que é o dia-a-dia da política, na saúde, na segurança, na justiça, com trapalhadas sucessivas atrás de trapalhadas, mas que muitas vezes acontecem aos Governos sem culpa. Deixa de ser sem culpa quando o próprio primeiro-ministro não sabe gerir a situação”, criticou, considerando que “a primeira responsabilidade” do líder do Governo é “lidar com greves que geram mortes”.

Na quinta-feira, Luís Montenegro anunciou que o Governo irá apresentar um plano “muito brevemente” para resolver problemas no INEM, poucas horas depois de ter referido que a ministra da Saúde tinha dito tudo o que havia para dizer em relação aos problemas do INEM.

No âmbito do Orçamento do Estado, PSD e CDS-PP vão propor que as receitas próprias do INEM sejam destinadas à realização de despesas do próprio instituto.

O presidente do Chega criticou esta proposta, defendendo que “não era isto que as pessoas estavam à espera” e que “depois de morrerem 10 ou 11 pessoas, a grande proposta do PSD é uma questão de cativação e de orientação de verba”.

“A greve não foi por causa das despesas que estavam no INEM terem sido reorientadas para a dívida pública, a greve foi por causa das horas extraordinárias destes técnicos, que já as superaram em muito, a greve foi por causa das condições da falta de meios e da falta de técnicos do INEM”, elencou, sublinhando que “é isto que se precisa resolver”.

Questionado sobre as propostas do Chega para o INEM no âmbito do orçamento, Ventura disse que o partido vai reapresentar “muitas das propostas que já tinha, quer em termos de horas extraordinárias, quer em termos de reforço extraordinário de meios”, mas não concretizou.

Na ocasião, o líder do Chega foi questionado também sobre uma notícia do jornal Expresso que dá conta de que no início de novembro uma centena de neonazis se reuniu no edifício da Assembleia Municipal de Lisboa e que se terão identificado como jovens do Chega.

André Ventura disse que o partido “não esteve envolvido em nenhuma operação de aluguer, nem de pedido de cedência do espaço, para qualquer evento que seja da juventude”.

“Quem o fez, fê-lo de forma abusiva e irresponsável e penso eu até, embora não conheça os detalhes todos, de forma criminosa, porque usurpou a imagem do Chega e a competência do Chega para alugar um espaço”, acusou, indicando que serão tomadas “as consequências legais também que tiveram que ser tomadas”.

O líder do Chega indicou também que o partido “não teve nenhuma participação nesse evento”.

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