A cidade de Viana do Castelo poderá ser uma das dez candidaturas aprovadas a nível europeu, no âmbito do financiamento de ações urbanas inovadoras. Em causa está o conceito Nova Bauhaus Europeia, a que o município concorre com um projeto de refuncionalização do antigo matadouro, como incubadora criativa e espaço de inovação.
A candidatura liderada pelo município de Viana do Castelo, mas que envolve outros parceiros europeus, foi referida como exemplo de eventual “bom aproveitamento” de fundos, esta sexta-feira, num debate sobre o impacto da política urbana e marítima da União Europeia nas cidades do Eixo Atlântico.
“Hoje falou-se das ações urbanas inovadoras. Vão ser aprovadas 10 candidaturas em toda a Europa e uma das nossas cidades que se candidatou foi Viana do Castelo”, declarou o secretário-geral do Eixo Atlântico, Xoan Mao, comentando que “isso quer dizer que já temos cidades com iniciativas, que vão ao encontro das políticas da Comissão Europeia”. “Muitas vezes, as cidades não sabem que o que estão a fazer, por vontade política, coincide com o que a Comissão Europeia está a impulsionar”, comentou.
Ao Jornal de Notícias, o presidente da câmara de Viana do Castelo, Luís Nobre, explicou que a referida candidatura foi apresentada no âmbito do “princípio Bauhaus”, em que a União Europeia lança às cidades o desafio “de apresentarem projetos de verdadeira regeneração, não só urbanística, mas também social e económica”.
“Esperamos que seja reconhecida a competência do nosso projeto de refuncionalizar o antigo matadouro, como incubadora criativa, numa perspetiva de incorporar inovação e também as novas preocupações ao nível da sustentabilidade e da energia”, adiantou, referindo que, no âmbito da respetiva programação,
“é estabelecido um teto de cinco milhões, mas como temos de trazer parceiros nacionais e internacionais, outras cidades, esse valor vai ser partilhado”.
“Como somos o chefe de fila, naturalmente vamos ter a componente mais significativa”, evidenciou Luís Nobre, comentando que, no debate realizado esta sexta-feira em Viana do Castelo sobre políticas europeias, “ficou claro que as questões da energia, da inovação, da regeneração dos espaços territoriais, equipamentos e de toda a sua envolvente, e da eficiência energética, são absolutamente determinantes para a contemplação dessa candidatura que esperamos que seja vencedora”.
E acrescentou que uma decisão sobre a mesma “poderá estar para breve”. “Tivemos a indicação que no mês de março saberemos se passamos à fase seguinte, que prevê acompanhamento técnico para melhoria da proposta”, disse, concluindo que é desejo da autarquia “tornar o edifício um ícone, um exemplo”, que inspire outros agentes e projetos.