Pelo menos três pessoas morreram e outras 20 ficaram feridas, na quarta-feira, num ataque russo com míssil contra um prédio residencial em Kramatorsk, no leste da Ucrânia.
Fonte da polícia de Donetsk revelou que podem estar pessoas sob os escombros, noticiou a agência France-Presse (AFP). “Mais de cem polícias estão a trabalhar no local do ataque”, acrescentou.
A cidade de Kramatorsk está localizada na região leste de Donetsk, onde separatistas apoiados pelo Kremlin controlam parcialmente esta região industrial desde 2014, incluindo sua principal cidade, Donetsk.
Depois de ter decretado no ano passado que a região era russa, Moscovo tenta conquistá-la por completo.
“Pessoas pacíficas estão mortas e jazem sob os escombros”, destacou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, em reação ao ataque russo. “É a realidade diária da vida no nosso país”, sublinhou ainda.
O chefe de Estado ucraniano alertou, na quarta-feira à noite, que a situação na frente de combate é “cada vez mais grave”.
Zelensky reconheceu que “há um certo aumento nas ações ofensivas dos ocupantes na frente, no leste” da Ucrânia.
O Exército russo está, segundo o governante ucraniano, a “ganhar pelo menos algo agora para mostrar, no primeiro aniversário da invasão, que a Rússia supostamente tem alguma hipótese”.
O presidente ucraniano revelou ainda, no seu discurso noturno dirigido à nação, que iniciou processos disciplinares contra alguns dos funcionários dos serviços alfandegários demitidos.
“Infelizmente, em algumas esferas a única forma de garantir a legitimidade é a mudança dos responsáveis juntamente com a implementação de mudanças institucionais”, frisou Zelensky, acrescentando que a mudança é “necessária para garantir que as pessoas não abusam do poder”.
Os serviços de segurança e o Ministério Público ucranianos realizaram dezenas de buscas e outras ações em diferentes regiões e contra diferentes pessoas, no âmbito de investigações abertas, explicou o chefe de Estado ucraniano.
Zelensky sublinhou que a integridade dos processos no Ministério da Defesa e nas forças de defesa em geral são “especialmente importantes”, acrescentando que qualquer abastecimento ou aquisição interna “deve ser absolutamente limpo e honesto como o abastecimento externo” para as forças ucranianas.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas – 6,5 milhões de deslocados internos e mais de oito milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).