Uma plataforma médica pioneira no fabrico de vacinas terapêuticas para o cancro venceu a categoria “Pequenas e Médias Empresas” do “European Inventor Award 2022”, uma categoria onde estava nomeada uma equipa portuguesa. A cerimónia, organizada pela European Patent Office (EPO), decorreu na terça-feira em Munique, Alemanha, e premiou 13 inventores.
Nuno Correia e Carla Gomes, dois engenheiros portugueses que desenvolveram centrais fotovoltaicas flutuantes que seguem o sol, estavam nomeados pelo EPO na categoria “Pequenas e Médias Empresas”. A sua invenção, no entanto, foi superada por uma plataforma médica pioneira no fabrico de vacinas terapêuticas para o cancro, de Madiha Derouazi e Elodie Belnoue (França e Suíça).
Ambos os projetos foram patenteados pelo EPO que, desde 2006, homenageia investigadores, engenheiros e cientistas de dentro e fora da Europa. O âmbito do “European Inventor Award 2022” é reconhecer as invenções patenteadas que melhoram as vidas das pessoas todos os dias e garantem a sustentabilidade do planeta.
O prémio na categoria da “Indústria” foi atribuído a Jaan Leis, Mati Arulepp e Anti Perkson, da Estónia, por terem desenvolvido materiais em carbono de qualidade superior para ultracapacitores. A categoria de “Pesquisa” premiou Claude Grisson, da França, por ter desenvolvido um método que usa plantas para descontaminar solos poluídos.
Na categoria “Países não-EPO”, que analisa contribuições fora da Europa, a EPO entregou o prémio ao químico Donald Sadoway (Canadá/Estados Unidos), por desenvolver baterias, de material líquido, que podem armazenar energia renovável.
Projetos com futuro
O vencedor do prémio “Invenção Popular”, eleito pelo público mediante votação durante a cerimónia, foi atribuído a Elena García Armada (Espanha), que desenvolveu o primeiro exo-esqueleto adaptado a crianças com deficiência motora.
Já o prémio “Jovens Inventores” foi entregue a todos os candidatos. Rafaella de Bona Gonçalves (Brasil) ganhou o segundo lugar, enquanto o primeiro prémio foi dividido entre Victor Dewulf e Peter Hedley (Bélgica/Reino Unido) e Erin Smith (Estados Unidos).
A European Patent Office também homenageou Katalin Karikó (Hungria/Estados Unidos) na categoria “Lifetime achievement”, pelo seu trabalho na modificação do mensageiro do ácido ribonucleico (mRNA) para que fosse usado no corpo humano. O seu trabalho foi essencial para o desenvolvimento de várias terapias para cancros ou problemas cardíacos e para vacinas, nomeadamente da covid-19.
“Permite construir em cima do que fizeram outros”
“A beleza do sistema de patentes é que nos permite construir em cima do que fizeram outros, permite dar estas invenções ao público e permite inspirar outros a criar melhor”, afirmou António Campinos, presidente da EPO.
A cerimónia deste ano também contou com uma mensagem em vídeo do príncipe do Mónaco, Alberto II, que homenageou a nova categoria de “Jovens Inventores”. “O Principado do Mónaco está feliz por entregar este prémio a jovens inventores, porque permite-nos perceber como estes inventores podem dar esperança ao futuro”, explica Alberto II.
O prémio entregue a todos os candidatos tem a forma de um cone, com efeito de onda, e é feito em impressão 3D, usando areia. O júri do prémio foi composto por vários investigadores, especializados em diferentes áreas, incluindo a atual ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Elvira Fortunato.
A cerimónia do “European Inventor Award 2022” decorreu em Munique, na Alemanha, e foi transmitida em simultâneo através das redes sociais.