O concelho do Marco de Canaveses está sem recolha de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) por causa da greve dos trabalhadores da FCC Environment, empresa concessionária do serviço.
A greve, que se iniciou no passado domingo, 26 de dezembro, tem tido uma adesão de 100% e prolonga-se até esta quarta-feira. Noutros três concelhos onde a empresa é igualmente concessionária, – Lousada, Vila Real e Torre de Moncorvo – os níveis de adesão à greve variam entre os 40% e 100%, garante fonte do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local (STAL).
Refira-se que esta é a terceira paralisação, iniciada em meados de agosto.
Num raide pelas ruas do concelho do Marco de Canaveses, levado a cabo pelo JN, foi possível verificar que o lixo já começou a transbordar na maioria dos contentores coletivos de lixo que estão espalhados pelas ruas, sobretudo nas zonas de maior densidade urbana.
Os trabalhadores têm estado em piquete de greve à porta das instalações da empresa, na zona industrial do Marco. Esta tarde de terça-feira, acompanhados por colegas das delegações de trabalhadores da FCC de Vila Real e de Lousada, e de uma delegação do PCP, rumaram até à Câmara Municipal para entregar ao Executivo da socialista, Cristina Vieira, uma “resolução” no “sentido de que a Autarquia, enquanto concedente [do serviço de concessão], se empenhe na resolução dos problemas dos trabalhadores”.
No documento que foi entregue ao chefe de gabinete da presidência da autarquia, os trabalhadores explicam que lutam “pelo aumento geral dos seus salários e de todas as prestações pecuniárias para todos os trabalhadores em 10%, no mínimo de 100€, por forma a proceder à reposição do poder de compra perdido nos últimos anos; pela atualização da retribuição base mensal para 850€; pelo aumento do subsídio de refeição para o valor de 9€; pela fixação do período de trabalho em 7 horas diárias e 35 horas semanais; pelos 25 dias de férias remuneradas; pela regulamentação e atribuição de um Suplemento de Penosidade, Insalubridade e Risco; pela fixação do trabalho noturno entre as 20 horas de um dia e as 7 horas do dia seguinte, compensado com um acréscimo de 25% da retribuição base mensal; pela abertura de um processo negocial sério que uniformize as regras laborais para todos os trabalhadores, que promova e garanta a valorização remuneratória, a dignificação profissional e a qualidade do serviço prestado; pela valorização das carreiras profissionais e sua regulamentação por forma a permitir a progressão e promoção na carreira a todos os trabalhadores; pela regularização das situações de vínculo precário para que a necessidades permanentes correspondam vínculos efetivos”.
Os trabalhadores decidiram igualmente mandatar o STAL para o “agendamento de novas jornadas de luta”, mantendo, no entanto, “abertas todas as linhas de diálogo e de negociação entre o Sindicato e a empresa, no sentido de dar prioridade aos acordos de satisfação das reivindicações dos trabalhadores que possam evitar o recurso efetivo a formas de luta mais duras”, acrescentam.
A FCC Environment, é uma empresa espanhola com escritórios no Porto e conta com um universo de 57 mil profissionais a operar em mais de 40 países.