Nelinha da novela “Festa é festa” tem tempo para outros projetos. Segue-se a primeira longa-metragem.
Um ano depois de ter começado a gravar a novela da noite da TVI, “Festa é festa”, Inês Herédia vai lançar a sua primeira longa-metragem. A Nelinha da trama escrita por Roberto Pereira pretende canalizar a energia fora do comum da sua personagem para outro “sítio criativo”. “Comecei a estudar escrita para guião, que era algo que sempre quis fazer. Escrevi agora a minha primeira longa, está em fase de pré-produção”, refere, em conversa com o JN.
“Só posso dizer que se passa entre Madrid e Lisboa e que é falada em espanhol e inglês, com um pouco de português pelo meio. A minha carreira vai começar a andar um bocadinho para aí.”
Garantido é que a atriz não vai deixar a representação. “Não, nem pensar, mas sou muito de me ir avaliando. Quando comecei a perceber que chegava a casa com uma energia negativa, condensei isso para outro sítio criativo, a escrita. Correu bem e desde aí tenho estado muito mais equilibrada em termos artísticos.”
Enquanto a longa-metragem não é lançada, os telespectadores podem ver Nelinha todos as noites na TVI. “Tem sido a maior loucura. Não parece que estamos nisto há um ano mas, ao mesmo tempo, vemos imagens e parece que já passaram dez. As coisas ainda estão um bocadinho confusas, enquanto estiver a viver o projeto não vou conseguir agarrar tudo o que isto é, porque isto é tão diferente de qualquer novela que possamos ter feito até agora.”
Esta é a primeira comédia de Inês Herédia. “Nunca tinha feito comédia, à exceção da peça “Chicago”, e está a ser uma grande aprendizagem para mim enquanto atriz. O feedback é ótimo e fico superpreenchida, porque um ator gosta de ser versátil e de respeitar todas as linhas que forem necessárias para compor personagens diferentes.”
Apesar do registo mais ligeiro, a intérprete nota que chega a casa mais “pesada”. “A comédia não é uma coisa que estou a descobrir e que me torna mais leve. No outro dia o [colega de elenco] Vítor Emanuel disse que chegava a casa leve e eu sou precisamente o contrário. Não sei se é pela Nelinha ser hiperativa, mas a sensação que tenho é que estou o dia todo em êxtase e chego ao final da jornada e tenho aquela quebra de energia”.
No registo dramático a sensação era diferente. “A minha novela anterior foi “Quer o destino”. Eu era a Isabel, um papel pesadíssimo. Gravava mais e chegava a casa muito mais leve. Este ano está a ser superinteressante em termos de descoberta enquanto atriz para perceber porque é que isto está a acontecer.” Para se reencontrar, Inês Herédia tem ouvido outros atores ou lido escritores. “Ando a ouvir podcasts de comediantes e a ler coisas que alguns atores mais virados para a comédia escreveram ao longo do tempo para perceber porque sinto isto.”