O hospital de Viana do Castelo investiu em novos aparelhos para substituir os que foram furtados na madrugada de 15 de fevereiro, do Serviço de Gastrenterologia, e continua a aguardar um desfecho das investigações da PSP.
Três meses após o furto, a administração da Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM), a que pertence o hospital de Viana do Castelo, adianta que, além de repor os equipamentos, avaliados em 780 mil euros, também recuperou a lista de espera, numa primeira fase com recurso a endoscópios emprestados. O que sucedeu na madrugada de 14 para 15 de fevereiro “encontra-se sob investigação das autoridades policiais, não dispondo a ULSAM informações sobre o processo de investigação”, disse fonte da administração.
A administração da USLAM esclareceu que “cerca de 15 dias após o furto, assegurou o empréstimo de um parque de endoscópios, que permitiu retomar a atividade” do Serviço de Gastrenterologia. “Numa fase inicial houve a necessidade de recuperar a lista de espera, em especial dos doentes prioritários, o que implicou um esforço acrescido realizado pelo Serviço de Gastrenterologia, tendo sido ultrapassado num prazo de cerca de duas semanas”, informou. “Atualmente o serviço encontra-se a funcionar normalmente, tendo sido adquiridos, entretanto novos endoscópios”, concluiu.
Contactado pelo “Jornal de Notícias”, o comandante da PSP de Viana do Castelo, Rui Conde, informou que o caso “está na fase de inquérito”, pelo que não adianta quaisquer informação sobre o mesmo. Adiantou, de resto, que não houve entretanto qualquer detenção relacionada com o furto. “Não foi ninguém detido”, declarou.
O caso está a ser investigado pelo Comando Distrital da PSP de Viana do Castelo, em coordenação com a Direção Nacional. Em causa está o assalto, que ocorreu no Serviço de Gastroenterologia durante a madrugada de, 14 para 15 de fevereiro, uma quarta-feira, e foi reportado àquela polícia cerca das 8.30 horas.
Na altura, o então segundo Comandante da PSP local, Raul Curva, informou que a suspeita era que o furto, de que também resultaram danos materiais, tenha sido perpetrado por “mais que uma pessoa”.
“Dada a quantidade de aparelhos, era difícil levar por uma pessoa sozinha”, comentou, referindo ainda que aqueles equipamentos “são caros, mas não são de grande dimensão”.
Raul Curva adiantou ainda que foram juntadas à investigação imagens captadas pelas câmaras de vigilância. E que uma das linhas de investigação daquela polícia apontava para a possibilidade do furto ter sido perpetrado por uma rede criminosa de furto de equipamentos hospitalares em Portugal.
A ULSAM tinha investido cerca de cinco meses antes, em setembro de 2022, um milhão de euros, de capitais próprios, para instalar uma nova Unidade de Endoscopia Digestiva Avançada (UEDA) no hospital de Viana do Castelo. No serviço assaltado, são realizados “exames endoscópicos e técnicas minimamente invasivas que permitem identificar todo o espetro de doenças digestivas benignas e malignas e o tratamento de patologias complexas”.