A Câmara Municipal de Castro Verde lançou uma campanha de sensibilização, denominada “Vamos poupar água. Todos os gestos contam”, em resposta ao cenário de seca severa com que se debate o Baixo Alentejo. Situação particularmente difícil nos municípios a sul de Beja, nomeadamente os do “Campo Branco” – Castro Verde, Almodôvar, Ourique e área sul de Mértola – abastecidos a partir da Albufeira do Monte da Rocha.
O Município deu o exemplo e implementou restrições ao consumo de água, com “a redução do número de regas na generalidade dos espaços verdes”, refere a edilidade castrense em comunicado. A câmara diz, ainda, que vai ser colocada no terreno “uma atitude mais vigilante no controlo de gastos exagerados”.
Além de uma campanha na Rádio Castrense, emissora local que emite a partir daquela vila, a autarquia editou um panfleto que vai distribuir por toda a população do concelho. O documento aponta seis medidas que devem ser adotadas para minimizar o consumo de água: instalar misturadores nas torneiras; evitar os banhos de imersão; optar por eletrométricos com menores consumos; nunca regar os jardins nas horas de maior calor; reduzir o consumo de água na lavagem dos carros, optar por baldes de água em vez de mangueira.
Apesar do cenário que considera “dramático, com o registo de apenas 10% na albufeira da barragem do Monte da Rocha”, o presidente da autarquia afirma ter a garantia das Águas Públicas do Alentejo (AdgA) de que “haverá água nas torneiras nos próximos dois anos”, relembrando que “é quase um luxo” desaproveitar água, remata,
Apesar de socialista, António José Brito não poupa críticas ao Governo, nomeadamente aos sucessivos titulares do Ministério da Agricultura: “Há pelos menos cinco anos que se fala da ligação do Roxo ao Monte da Rocha, com origem na albufeira de Alqueva. Muitas palavras e poucas ações”, disse. Para o edil, a falta de água “é uma situação cíclica” sempre que não chove. “Falta visão a partir de Lisboa para o interior”, argumentou.
“A declaração de seca chega tarde e nada tem a ver com o Monte da Rocha”, disse António José Brito. Nas explorações do Campo Branco, “o quadro geral da agricultura é dramático”, concluiu o autarca de Castro Verde.