A Câmara de Gaia, pela voz do vice-presidente, Patrocínio Azevedo (substituiu Eduardo Vítor Rodrigues na reunião camarária), reiterou, esta segunda-feira, a “posição favorável” quanto à desagregação das freguesias. “Queremos Gaia com 24 freguesias. Temos de respeitar a vontade da população e corrigir um erro histórico”, explicou o autarca.
O processo parece estar bem encaminhado, mas a decisão final caberá à Assembleia Municipal, marcada para quinta-feira.
Na reunião de Câmara, o ponto relativo à desagregação foi aprovado por unanimidade, contando com os votos dos dois vereadores do PDS. Cancela Moura usou da palavra para salientar que o “regresso às 24 freguesias é fundamental”.
O social-democrata recordou a recente consulta em Seixezelo, para avaliar o anseio da população relativamente à desvinculação de Pedroso, concluindo que se tratou de uma “excelente demonstração de cidadania”, com 700 participantes, onde há cerca de 1000 eleitores.
“O processo sofreu um atraso, mas valeu a pena. É um orgulho haver unanimidade em Gaia quanto ao tema. Espero que a Assembleia Municipal também possa aprovar por unanimidade. Estamos a corresponder ao desejo da população. Subscrevemos o parecer prévio da Câmara”, referiu Cancela Moura.
Dário Silva, vereador socialista que acompanhou o andamento dos dossiês junto das freguesias, felicitou a forma como tudo decorreu, sublinhando que a Autarquia “cumpriu o seu papel, ao fazer vingar” as pretensões dos munícipes.
Novo empréstimo de 7,5 milhões
A mesma unanimidade não recolheu a contratação de um empréstimo de 7,5 milhões de euros, de curto prazo, para 2023. Aqui, o PSD optou pela abstenção. Patrocínio Azevedo argumentou que este tipo de medida tem sido usual, ano após ano, e até lembrou que o dinheiro pedido para 2022 nem sequer foi gasto. Mas advertiu que, durante um ano, as necessidades do Município têm os seus “picos” e há que estar preparado.
Sobre o contrato-programa da Autarquia com clubes e associações desportivas para a época de 2022/23, no valor de 409 mil euros, visando a inscrição de atletas federados de todas as modalidades e o apoio no pagamento das despesas inerentes à utilização de instalações, Rui Rocha Pereira, do PSD, alertou que a distribuição de verbas “devia ser mais clara e robusta”. O social-democrata sugeriu que “no futuro deveria passar a haver maior equidade”.
Na resposta, José Guilherme Aguiar, vereador com o pelouro do Desporto, considerou que “há igualdade de tratamento” em relação aos clubes e que a “transparência é evidente”. A par das inscrições, Guilherme Aguiar deu como exemplo a renovação da iluminação nos recintos desportivos com tecnologia LED.
“Nós somos o que dizemos e o que fazemos. A justiça vê-se no final do mandato. Estamos absolutamente tranquilos. A fatura social vai espelhar todos os investimentos”, destacou Patrocínio Azevedo, suportando as declarações do seu vereador.
Antes da Ordem de Trabalhos, foi aprovado, por unanimidade, um voto de louvor à seleção nacional de futebol e à sua prestação no Mundial do Catar. “Destina-se a reconhecer o empenho e a entrega dos atletas, assim como a imagem que Portugal projetou no Mundo”, justificou o vice-presidente.