O Kuwait, país que criminaliza a homossexualidade, condenou a embaixada norte-americana depois de esta ter partilhado um tweet com a bandeira arco-íris e uma mensagem a apoiar os direitos LGBT.
A partilha de uma curta mensagem do presidente dos Estados Unidos (EUA), Joe Biden, foi o suficiente para as autoridades do Kuwait, um dos países que condena a homossexualidade com pena de prisão, atacarem a embaixada dos EUA no país.
Num par de tweets publicados em inglês e árabe, na quinta-feira, a embaixada dos EUA no Kuwait citou o presidente Joe Biden, que afirma que todos os humanos “devem ser capazes de viver sem medo, independentemente de quem sejam ou de quem amem”. A acompanhar estas palavras surge uma imagem da uma bandeira arco-íris – associada à comunidade LGBT.
Horas depois da publicação, o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Kuwait disse ter convocado o diplomata norte-americano James Holtsnider para lhe entregar um memorando a condenar os tweets. Num comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros ordenou à embaixada que respeitasse as leis do Kuwait e “não publicasse tais tweets”. As autoridades do país do Médio Oriente acusaram a embaixada de violar convenções internacionais que exigem que os diplomatas “respeitem as leis e regulamentos do Estado recetor”.
Muitos utilizadores conservadores do Twitter responderam com indignação semelhante à publicação da embaixada dos EUA, incluindo o deputado Osama Al-Shaheen, que afirma que “o comportamento da embaixada americana é inaceitável”. “As embaixadas estrangeiras devem respeitar a ordem pública do Kuwait e a sua religião oficial”, acrescentou. Outro utilizador das redes sociais do Kuwait acusou os dirigentes norte-americanos de “imporem uma cultura doente e decadente” à sociedade muçulmana conservadora.
No Kuwait, os direitos das pessoas LGBT são severamente restringidos e os homens são proibidos de ser homossexuais. Ser uma pessoa transsexual, por sua vez, também era crime no Kuwait até este ano, quando um tribunal anular a lei por ser inconstitucional.
A homossexualidade ainda é criminalizada em, pelo menos, 69 países.