Uma atribulada operação de combate ao narcotráfico, a sul do Algarve, terminou com a apreensão de 2500 quilos de haxixe e de duas lanchas “voadoras”. Dois agentes da Polícia Marítima (PM) ficaram feridos, sem gravidade, e três espanhóis foram detidos, mas acabaram por ser libertados.
A operação, conjunta com a Marinha, decorreu ao largo da costa algarvia ao início da noite de sábado e prolongou-se até este domingo à tarde. Segundo o porta-voz da Marinha, José Sousa Luís, “foi detetada uma embarcação de alta velocidade, com três tripulantes a bordo, suspeita de estar ligada ao tráfico de estupefacientes”. Foram detidos os três tripulantes e apreendida a embarcação, sem haxixe a bordo.
Entretanto, “foi detetada uma segunda embarcação de alta velocidade que se encontrava a largar diversos fardos de estupefacientes para a água” e que “abalroou propositadamente uma das embarcações da Polícia Marítima“, sublinhou o porta-voz. Uma ação “com tal violência que passou por cima desta de um bordo ao outro, danificando a embarcação da Polícia Marítima, colocando em risco a vida dos agentes”, acrescentou. Depois, pôs-se em fuga.
Dois elementos da PM caíram à água e dois ficaram feridos. Os Fuzileiros, acionados para o local, estabilizaram os feridos, que foram resgatados pela Força Aérea e transportados ao hospital. Um fraturou um braço e outro uma perna e ambos já tiveram alta.
MP defendeu libertação
Entretanto, a PM e a Marinha resgataram do mar 87 fardos, que tinham sido atirados borda fora, e apreendeu outra lancha encontrada à deriva. O haxixe foi transportado para Portimão e entregue à PJ. Já os três detidos foram libertados. Como não foram apanhados com haxixe a bordo, o Ministério Público considerou não haver indícios do crime de tráfico de droga.
A reação violenta dos traficantes está a aumentar. Já a 24 de janeiro, uma lancha da Unidade de Controlo Costeiro da GNR também foi abalroada, no Algarve, numa perseguição. Três militares foram resgatados.