O ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, aplicou em janeiro uma sanção disciplinar de repreensão a uma agente da PSP que, em maio de 2021, ordenou a várias ativistas do sexo feminino que se despissem durante uma revista na esquadra dos Olivais após um protesto. A Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) tinha concluído que os procedimentos adotados pela agente não se afiguraram “adequados, proporcionais nem necessários”, apesar de serem “legítimos e legais”.
O caso remonta a 22 de maio de 2021 quando, no âmbito de um protesto do coletivo Climáximo contra a poluição atmosférica causada pelos aviões, a PSP deteve 26 pessoas, entre as quais 19 mulheres, pela prática de um crime de desobediência a ordem de dispersão de reunião pública. Na altura, as ações obrigaram ao corte do trânsito na Rotunda do Relógio, em Lisboa, tendo os ativistas sido transportados para a esquadra dos Olivais.
Perante o elevado número de detidos, nomeadamente do sexo feminino, foi solicitada a comparência de mais agentes mulheres que se deslocaram à esquadra. Aí, as detidas foram alvo de revista, tendo sido solicitado que retirassem as roupas para verificação e que afastassem os membros superiores e inferiores por forma a ser possível visualizar áreas corporais onde pudesse ser ocultado algum objeto. Na altura, as ativistas femininas queixaram-se de “tratamento diferenciado” face aos elementos masculinos.