O espaço europeu constituiu-se como um elemento de trabalho comum e de parceria entre países e entre regiões, seja a nível económico, social, cultural, mas também como um fator de paz, de democracia e de crescimento sustentável na Europa.
Tratou-se de um esforço coletivo de redução dos espaços de liberdade de cada país, em nome da força coletiva da Europa e da resposta conjunta aos velhos e aos novos desafios.
Mais do que nunca, o reforço da Europa, das instituições europeias e da sua ligação aos cidadãos são elementos centrais, o que implica reforçar a ligação das cidades e das regiões com as instituições europeias.
Foi esse o propósito da Área Metropolitana do Porto, ao abrir uma representação em Bruxelas, assumindo uma enorme convicção no papel da Europa e das suas instituições para o nosso futuro coletivo. Não nos move a simples procura de recursos financeiros geridos diretamente por Bruxelas, mas a procura de redes, de parcerias e de benchmarking. Puxamos por nós e pelos agentes da AMP e da região.
A AMP é um território com cerca de 1,7 milhões de pessoas e 17 municípios, com competências diversas ao nível dos transportes, proteção civil, ação social, educação, ambiente, entre outros. Assumimos os desafios da cidade inteligente e sustentável, da smart city, que combina a tecnologia ao serviço das pessoas com as políticas urbanas dirigidas para os cidadãos e para a coesão social.
É um investimento e uma visão política com retorno. O Alentejo já lá está e não é uma região rica, mas uma região proativa. Queremos explorar novos modelos, partilhar os nossos contributos e as nossas estratégias, e ver experiências inovadoras que nos ajudem a descobrir novos caminhos. E há muito mais do que os fundos europeus geridos a nível nacional.
Isto é mais verdade quando estão a emergir novos instrumentos, como o Fundo de Soberania e o New European Bauhaus, que podem vir a redirecionar parte dos Fundos da Coesão. Ora, independentemente dos novos programas, a Política da Coesão é decisiva para o reforço de uma Europa menos fragmentada e mais competitiva e coesa. Aliás, importa que os países ditos frugais se lembrem que sem a Política da Coesão, o mercado interno europeu não seria o que é, o que os faria menos frugais…
Para isso, também precisamos de menos individualismo e de mais cooperação e solidariedade, seja ao nosso nível nacional ou regional. As regiões, a Região Norte em concreto, ganham mais numa estratégia comum do que em lógicas isolacionistas, mesmo quando têm realidades distintas. Aliás, seria difícil combinar simultaneamente a regionalização e o isolacionismo contabilístico de sub-regiões.
*Presidente da CM Gaia/ Área Metropolitana do Porto