“Isto não foi só uma eleição, isto é uma era nova. É uma era nova na política internacional, que é caracterizada agora pela existência de homens fortes e das chamadas democracias iliberais, em via de reforço de um poder autoritário em várias partes do mundo”, afirmou o deputado e porta-voz do Livre Rui Tavares.

 

O dirigente salientou que, neste momento, “não há nenhuma superpotência que não seja de uma forma ou de outra uma dessas democracias iliberais”, considerando que tal tem “um impacto muito grande sobre a Europa”.

“Lá por vivermos num novo tempo de Trump, não quer dizer que tenhamos que viver num mundo de Trump. A Europa pode fazer as suas próprias escolhas e é isso que terá que fazer porque, de outra forma, não sabe com o que é que pode contar”, defendeu.

O deputado salientou que, recentemente, foram entregues três relatórios na União Europeia — “o relatório Draghi sobre competitividade, o relatório Letta sobre a economia europeia e mais recente ainda, na semana passada, o relatório Niinisto, sobre segurança e defesa na Europa”.

“O Livre convocará, tão cedo quanto possível, logo após o intervalo para os trabalhos orçamentais, um debate em plenário” sobre estes temas, anunciou.

O objetivo, explicou, é que o Governo venha ao parlamento e todos os grupos parlamentares debatam, com base nestes três relatórios, a preparação europeia “do ponto de vista económico, social, de segurança e de defesa”.

“Temos que voltar a fazer debates muito antigos na Europa e alguns deles muito difíceis, como a construção de uma comunidade europeia da defesa”, justificou.

Questionado quais devem ser essas opções europeias, Rui Tavares alertou que a Europa terá de se reforçar como “um ator democrático no mundo”, posição em que está agora mais isolado

“Não acreditamos que a cooperação com Donald Trump seja uma cooperação que nos possa dar motivos de confiança, quem acreditará se Donald Trump disser que respeitará ou não o artigo 5º da NATO?”, exemplificou, considerando que “é na União Europeia que este debate tem que ser feito”.

O republicano Donald Trump foi eleito o 47.º Presidente dos Estados Unidos tendo já conquistado mais dos 270 votos do colégio eleitoral necessários, quando ainda decorre o apuramento dos resultados. Trump segue também à frente da adversária democrata Kamala Harris no voto popular, com 51,1% contra 47,4% dos votos contados.

O Partido Republicano recuperou ainda o Senado ao ultrapassar a fasquia de 51 eleitos, enquanto na Câmara dos Representantes segue igualmente na frente no apuramento com 201 mandatos, a apenas 17 da maioria.

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